Sim, a ocasião faz de mim a prostituta. E não uma prostituta qualquer, uma prostituta que vende sonhos, não o corpo.
A ocasião faz o ladrão, e nesse aspecto também sou ladra, porque por instantes roubo-lhes a realidade e faço-lhes acreditar naquilo que querem acreditar. Mas serei o ladrão ou o benevolente? Eu arranco-lhes a realidade, mas em troca dou-lhes o sonho.
Em troca de bebidas e cigarros, de jantares e atenção, tudo o que eu lhes dou é uma fantasia. Os menos atraentes acreditam que poderiam alguma vez ter tido ou que podem vir a ter algo com uma mulher tão fora do alcance deles como eu, e essa fantasia ninguém lha podem tirar.
Na verdade eu não faço nada. Simplesmente não nego o que eles querem acreditar. Não o nego bruscamente, e se eles tiverem uma atitude muito evasiva eu contorno-lhes o jogo; basta-lhes um "mais tarde" ou "aqui não" para pô-los de novo no lugar onde devem estar: submissos. Com sorrisos e olhares faço-me de tímida e humilde, muitas vezes faço-me de despercebida, e qual Lolita finjo que não estou consciente da sexualidade que lhes transmito. É isso que eles mais gostam, uma mulher altamente sexual que seja inocente. Uma mulher que seja sexual por natureza. Todas o somos, mas eles pensam que eu sou daquelas que veste o decote sem qualquer malícia, ou que as calças são justas sem segundas intenções. Tolos.
Eu dou-lhe algo com que fantasiar quando estiverem com as suas namoradas feias, e eles dão-me momentos de diversão gratuita.
Tudo o que eu lhes dou é o sonho.
25 April 2007
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1 comment:
achei super legal o que escreveu... acabei de descobrir que tbmm sou uma prostituta...digamos...somos uma prostituta...DE LUXO!!!
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