Mero acaso, entro no elevador sem as amigas que me costumam acompanhar e lá estás tu, sem os amigos que te costumam acompanhar. De costas para ti, e sozinhos no elevador, tento ignorar o destino que me pregou esta surpresa. Mas tu pregas-me uma ainda maior. Nas minhas costas, oiço um latido de cão. Aquele latido que eu tanto amo, que me derrete...
Viro-me num gesto brusco, não tenho sangue de barata como diria a minha mãe, não consigo esperar até ao meu piso e sair sem to dizer:
-Ouve-me bem, que lata que tu tens hã? Como é que ainda tens coragem de me ladrares, hã? Ouve bem, tu vais mandar-me
sms e não vais limitar-te a responder às minhas,
ok? V

ais mandar-me
mails sem esperares receber uma resposta, vais obrigar-me a gostar de ti, a amar-te, vais rastejar, vais adorar-me, bajular-me como se eu fosse da realeza. Não me venhas com coisas, nem com jogos só porque parece teres descoberto que afinal é dos jogos que eu gosto, está bem? Não és nenhum ser superior, põe-te no leu lugar,
agora vai para casa bater muitas a pensar em mim, sim?O elevador dá o seu sinal sonoro, abrem-se as portas. Saio calmamente, recuperando o fôlego, retornando ao meu ar sereno. Saio sem receber uma resposta, e nem por um segundo passa-me pela cabeça olhar para trás.
1 comment:
Não há nada que nos deixe mais presas, mais pelo beicinho, mais apaixonadas, que um bom chuto no cú. Se o tipo é dos porreiros e até se mostra disponível, é um tonto, um cão, alguém cuja importância sublimamos porque se mostra presente, em nossa opinião, demasiado presente. Se vem um outro, que a páginas tantas, nos começa a dar chutos no traseiro escamuteados seja pelo que fôr, é ver-nos, de coração em punho, ostentando uma bandeira de amor, excepto a do amor próprio.
by Sissi, in cenas de gajas
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