13 July 2008

you can die now, because you're dead in my mind.

Quando elementos estrangeiros à minha dor sentimental sentem-se mal por mim, é porque é grave. Quando o ser humano é altruísta o suficiente para perder tempo a sentir pena de mim, a tentar minimizar mais uma desilusão, é porque é um bom (e quase exclusivo) ser humano e é porque a dor começou a transparecer. Saiu de mim para se tornar no meu monstro, que consome e corrói os anos que deveriam ser o apogeu da minha felicidade. Por favor Karma, já percebi. Agora já chega, deixa-me estar por favor. Não sei se consigo aguentar por muito mais tempo o teu castigo que nem sequer sei se fiz por merecer. Mas pronto, segundo as regras moralistas do universo cósmico não é suposto o castigo acabar assim que nos apercebemos que somos dignos dele?
Chega de príncipes.
Chega de sapatos.
Chega de sapos.
Chega de me considerar digna de título de princesa merecedora de um príncipe exclusivo.
Chega.

Vamos reinventar o amor? Reescrever as grandes histórias?
Quero muito. Mas sozinha não posso.

E nem o culpo sequer, porque ele simplesmente escolheu o caminho mais fácil quando decidiu contemplar o físico e o real e exorcizar o platónico. Só eu é que consigo viver num mundo conceptual, e é estranho como tudo nele se interliga.

Despeço-me, este blog acabou. Sou agora uma viciada no amor em reabilitação, e este é o primeiro passo.

07 July 2008

a tale as old as time.


- Sempre cedeste.
- Sim, sempre cedi. Plantas-me aqui neste cenário idílico, achas que não me ia apaixonar por ti? Tornaste conveniente eu gostar de ti, é fácil amar-te.
- És sempre tão comedida nos elogios.
- Sou sim, ou não seriam eles elogios, apenas um socializar erróneo e impassível. Mas agora cala-te. Dá-me um beijo.
- Dou-te todos os beijos do mundo. - E mal termina aproxima-se, pronto para a beijar. Ela, toma subitamente uma atitude séria, a sua expressão facial enrijece-se, afasta-se dos seus lábios, olha-o bem nos olhos e diz:
- Não me prometas todos os beijos do mundo a menos que mos possas dar. Tudo o que temos é este momento, percebes? Dá-me apenas o beijo que te pedi.
- Mas eu quero dar-te todos os beijos do mundo! - aproxima-se ele novamente.
- Basta! Mas não podes. Tudo o que temos é isto! Não percebes?
A sua expressão transforma-se em triste enquanto desvia o olhar. Ela teme que ele não perceba, que ele seja ainda um romântico incansável, curável apenas com a dor de um gigantesco desamor. A expressão dele também se entristece ao vê-la assim, ele percebe pouco dela, por isso é que é tão fascinado e crê que será apaixonado por ela para sempre porque nunca desvenderá o mistério da sua personalidade.
- Desculpa... - diz ele, frágil como todos os homens apaixonados são. E continua, após um longo silêncio - não sei então mais o que te dizer.
- Shh... - reaproxima-se ela. - Não fales, sente.

Ser-se frio é um estado de espírito incrivelmente corajoso e sábio e, ao mesmo tempo, cobarde, cruel e estúpido.
Porque é difícil conter-se nos sentimentos, já que sentir é algo intrínseco à condição humana.
O mimo é tão curioso, ele é a prova de que a comunicação é muda. A expressão são sentimentos, simples ou organizados, teatrais ou espontâneos.
Ser-se frio é jogar pelo seguro, é não se dar ao luxo de sentir o que é bom, para não se ter de, eventualmente, experimentar o mau.

Mas pior de tudo, são os falsos emotivos. Ou os emotivos fingidos, fraudulentos, os emotivos de profissão. Que o fazem com uma ética e deontologia, uma ética pré-estabelecida. Os falsos emotivos fabricam sentimentos, porque se divertem a fazê-lo. E depois não sabem lidar com eles, não têm bem noção daquilo que criaram, nem do que desejavam na altura da sua concepção. Os falsos emotivos são aqueles que querem apaixonar-se, ou que muitas vezes apenas querem que se apaixonem por eles, para poderem viver alimentando-se do seu próprio inflacionado ego. Os falsos emotivos contam a história de Narciso, nunca amam verdadeiramente ninguém senão a si próprios. Assim que surge um sentimento não fabricado, um daqueles verdadeiros e espontâneos, eles não sabem o que fazer, o que sentir, como o gerir. A deontologia não os preparou para tal. Então fogem, com medo de sentirem algo fora de si mesmos, da sua especialização ficar corrompida. Então brincam, e raramente dão oportunidade a alguém de ser amado.

Ela, pelo menos, categoriza-se nos semi-cobardes.

05 July 2008

I apologize 4 the Silence.




You're asking again I told you before
The beautiful smile hides the troubled soul
Sad faces influence so easily
I already have enough of that inside of me

So funny you're still around after all these years
Ran away so many times, always ended up here
Could not ask for a thing from you
All you gave me I afforded to lose

You see
It's all too sad for me
It's too hard for me
To believe

It's too painful for me
It's so hard for me
To give

Too scared to jump, too dumb to fly
What side is stronger on this double-faced mind?
I make lies all day to keep the pain away
God knows my sins are already too big to pay

Even the tears I forget the taste
Maybe I should try to lick them off your face
And though I do try the best I can
You had to be me to understand

That
It's all too sad for me
It's too hard for me
To believe
It's too painful for me
It's so hard for me
To give

PORTO IL CUORE IN BOCCA - a história incompleta de uma princesa e um filho da puta.

Não te vou pedir desculpas. Não. Não mereces.

Já que fui instrumento dos teus momentos de fantasia, aqueles em que te imaginavas um gajo podre de bom por estares cheio da possibilidade de teres uma miúda como eu, tu também foste a minha ferramenta de prazer naquele dia, em que te humilhei na minha fantasia de toda-poderosa. De mulher audaciosa, bêbada e implacável. Pedir-te desculpas por quê? Por ter necessitado de ti para poder dizer o que me estava entalado nas entranhas e dormir um bela noite de sono? Sem ti a minha fantasia não teria tido o mesmo realismo, e não creio que sejas digno de ouvires sair dos meus lindos lábios um pedido de desculpas no qual tento limpar a minha imagem ao mesmo tempo em que me torno incongruente. Sou uma mal-educada, mas uma mal educada coerente. Que se agarra às suas convicções. E para além do mais, a imagem que tens de mim pouco me importa.


E só mais uma coisa (e desta vez serei realmente breve porque não quero que os últimos 45 minutos da minha vida que te ofereci sejam muito mais do que isso): eu sou insignificante para ti, não sou? Então em que medida aquilo te afectou? Em que medida aquilo destroçou o teu ego e feriu a tua auto-estima?

02 July 2008

THE JOKE'S ON ME NOW - karma's a bitch, the human suck, o meu castigo veio cedo e a dobrar.

"Uma pessoa só não trai até ter a oportunidade, quem te disser o contrário mente", disse-me um sábio.

E eu concordei.

Já traí e já fui traída, por isso não deveria ficar muito triste com ela.
Eu amo-a, a minha alma gémea incompatível. Aquela que me completa tanto quanto ele em tempos me completou. Isto não significa nada, só ajuda a não deixar uma ferida sarar, e a anular toda a minha confiança numa pessoa.

Eu pedi-lhe para ela o odiar, nestas palavras, porque é isso que as amigas fazem. Sempre coerente, ela prometeu-me que não, e eu soube que não poderia exigir mais do que sinceridade. Ainda assim.

Talvez não tenha tido coragem, penso eu. Talvez, esteja eu a tentar desculpabiliza-la porque afinal fiz o mesmo.

Tenho feito o mesmo a minha vida inteira e eu deveria ser a primeira a compreender. Mas eu esperei que a Rita fosse melhor que eu. Ela inspirava-me, ela era a moralidade basilar da minha existência.


"Falar é fácil, quando é para fazer é que é uma merda", disse-me outro sábio; desta vez uma mulher. As pessoas deveriam ser assim, bolas, admitirem-se defeituosas.

Trair constitui o seu próprio universo, é razão e consequência de si. Porquê? Porque o trair não é racional, e às vezes não passa de um trair por trair. De um trair mais que não seja por si próprio, pelo que constitui. Uma coisa proibida, uma excitação, um devaneio do nosso quotidiano moral. Às vezes sabe bem ser-se mau, mesquinho, audacioso, ambicioso, corajoso, matreiro.

Custa-me ainda mais perder esta amiga porque eu quero perdoá-la. Não porque estou em ira, ou porque a traição dela me faz sofrer. Precisamente pelo contrário, precisamente porque não consigo ficar zangada com ela, não consigo deixar de a perceber, sentir-me-ia injusta, irracional e hipócrita.
Mas acho que o vou fazer. Porque a emoção anula a razão, por mais que eu tente contrariar essa premissa, a emoção anula tudo.

Irónico, eu sempre disse que não a culpabilizaria por alguém se interessar por ela, porque afinal ela é dona de uma personalidade que faz qualquer pessoa apaixonar-se.

Será que eu lhe fiz o mesmo? Não. Eu liguei-lhe, pedi o seu aval e ela deu-mo.

Irónico, eu pedi-lhe para não mo contar, nunca pensei é que realmente o fizesse.

Vou ligar-lhe porquê? Adianta confrontá-la e ouvir os seus dotes de argumentação e apreciá-la justificar-se ou negar tudo? Ao menos quando traio não o faço, fico simplesmente ridícula. Resigno-me ao facto de saber que fui má amiga, má pessoa. E vivo com a culpa, não tento minimizá-la porque é esse o meu castigo.

O que me custa mais de tudo? Ter descoberto que o ser humano é uma merda, porque se a Rita foi capaz de mo fazer, qualquer pessoa o é.

Pior que isto só a minha mãe vender os meus órgãos no mercado negro, ou assim.