24 April 2007

Farta deste mais-do-mesmo.

Isto já é muito mais que amor. Ou simples obsessão.
Põe-se aqui uma questão ética.

Se tivesses um filho, seria teu direito saberes, certo?

Pois bem, aqui tens uma filha, uma criação tua.

Sou eu.

Abdico da minha personalidade assim como poucos Reis abdicaram do seu trono, para me tornar tua filha. Uma criação tua.

Sou simples porque gostas de mulheres simples, e tento parecer inteligente pelas mesmas razões. Se não sou construção tua, então diz-me o que sou, porque criação minha e de um amontoado de vivências pessoais é que já não sou.


Já não gosto de sair à noite. "Tenho um amigo de um amigo de um amigo...", prometem-me elas, as minhas amigas, tomando a liberdade de sentir pena de mim. Mas não é a pena delas que eu quero. Nem os seus amigos dos amigos. O que eu quero é a minha personalidade de volta e poder sentir-me bem na minha própria pele novamente.

E a vaidade que me caracterizava também se foi, porque esvaíste toda a energia em mim com a tua rejeição.

Na minha opinião tens o direito a saber, nem que seja simplesmente para enaltecer o teu já poderoso ego. Tens o direito de saber que consegues fazer alguém com dinheiro sentir-se miserável, alguém com amigos sentir-se só, alguém giro um monstro.

Tens o direito de poderes interiorizar o teu fascínio e graça. Tens o direito de saberes que és uma musa, uma fonte inesgotável de inspiração.

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