Ao crescer tive de aturar muitas merdas no secundário, tal como toda a gente, mas eu mais do que muitos, precisamente por nessa altura ser mais vulnerável. Cresci num ambiente hostil e pútrido e aprendi a gostar de mim como sou. Hoje em dia tenho muito orgulho naquilo que sou. E não é pelo físico, ou por me considerar mais esperta que alguém. Não me considero melhor que ninguém, simplesmente orgulho-me do que sou. Gosto de mim, e depois?
Sinto que vivi muito mais que muita gente de bem. Porque vim da merda e do fundo do poço só há um caminho; que é para cima.
Por ter crescido nesse ambiente hostil, aprendi a bloquear isso, tive de criar um mecanismo de auto-defesa. Se ninguém gostava de mim, eu ia ter orgulho em mim mais do que ninguém. Porque pessoas - especialmente mulheres - bem comportadas nunca, mas nunca fizeram história. E

Agradeço por ter sido assim, não mudaria nada, nem os momentos mais infelizes. Se pudesse, não me pouparia à dor porque se assim não fosse hoje não seria quem sou.
Sei que ainda tenho muito por viver, e muitas vezes ainda me engano. Mas não peço perdão pela arrogância quando digo que já vivi mais que muita gente da minha idade.
Mas ultimamente odeio-me. O meu cartão de visita foi-se. O meu ego definhou-se.
Tudo isto porque és um merdas que me faz sentir assim.
Não gostas de mim, logo não gosto de mim.
Que raio de lógica é esta?
Gostaria de ser quem tu desejas amar. E não só ser mais magra, gostaria de ser menos eu.
Menos quem eu gosto de ser. Não é estranho, eu ter tanto orgulho em mim própria e querer ocultar esse orgulho perante ti? E mais ainda, ser pretenciosa... Meu Deus, como odeio essa palavra. Ouvi-la na mesma frase com a primeira pessoa dá-me arrepios...
Custa-me. É doloroso não poder ser quem sou porque te quero. Ter de atropelar os meus princípios (coisa que nunca fiz nem mesmo quando realmente devia porque as consequências já foram desastrosas) para te ludibriar a casares comigo. E tu nem repararas. Tu nem sabes. E muitas vezes dou por mim a odiar-me por fazê-lo inconscientemente ou porque as minhas amigas mo aconselham.
E odeio-me por isso, por tu não gostares do meu verdadeiro eu mas principalmente por eu conseguir deixar de gostar dele por tua influência. Deixar de gostar dele ao ponto de o negligenciar...
Lá está. Suscitas tudo de mau em mim, és tão perfeito (ou mostras-te tão pouco), a modos que eu sou tudo aquilo o que tu não queres ser e que sei que nunca serás.
1 comment:
Thanks for writing this.
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