18 March 2007

Não me apetece ter de escolher.

Como sempre, sofro por antecipação. O Nazi começa a ignorar-me cada vez menos, e a subtilmente tentar conquistar-me. Não que eu já não esteja completamente conquistada, mas ele não faz a mínima ideia, por isso vai enviando sinais. Aos poucos sinto-o menos distante, continua a falar-me num tom mordaz e coloquial que ainda abre um abismo entre nós, mas agora é como se nesse abismo corressem águas calmas, apaziguadoras, apetecíveis (que alegoria horrível).
Eu também estou mais calma, porque o que me inquietava era a rejeição. Mas aos poucos vai florescendo um sentimento que sinto mútuo, uma cumplicidade na simples troca de vocábulos ofensivos. Continuo a levar os dias a pensar nele, mas agora com a diferença de não continuar a desejar que o Primeiro fosse ele. Dou por mim a enviar sms de boa noite ao Primeiro, e já não penso no Nazi quando faço sexo com o Primeiro.

Tenho um medo terrível do que se avizinha. Se algo acontecer entre mim e o Nazi, espero não ter de escolher. Não quero ser confrontada com a escolha. Eu gosto do Primeiro, mas (ironicamente) ele é que é a minha questão alemã, uma questão mal resolvida. Ambos somos apaixonados um pelo outro, ficou provado porque nos últimos dois, três anos não temos tentado nada senão viver um sem o outro, sem sucesso. Mas eu e o Primeiro não resultamos, e isso também já ficou mais que provado. Então temo ter de escolher entre o desconhecido e o conhecido instável. Temo que o sexo com Nazi nunca supere o sexo com Primeiro, e temo nunca sentir pelo Nazi aquilo que senti - repito, senti - pelo Primeiro. Temo arriscar tudo, ser impulsiva e passional como costumo ser, e deitar a pouca estabilidade que tenho a perder.


Quero apaixonar-me, disso estou certa. Não me importo de vir a vulnerabilizar-me perante o Nazi, mesmo sabendo que ele obedece ao estereotipo do típico parte corações. Mas não me importo de sentir desta vez, seja ela, a sensação, coisa boa ou má, porque há imenso tempo que já não me permito sentir coisa alguma. E porque sinto que a obsessão pelo Nazi é algo mais do que condicional.

Sou cobarde.
Não quero afastar-me do Primeiro por enquanto, mas sei que se tiver a oportunidade vou tentar a minha sorte com o Nazi.

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