Tinha 18 anos, e ainda só tinha feito sexo com um homem: o meu primeiro namorado. Dos 15 aos 18 fui monogâmica. Desde então nunca mais. O Primeiro também perdeu a virgindade comigo. Foi desastroso, ambos virgens, mas lindo. Porque na altura amava-o e sentia-me amada. Até que descobri que talvez não fosse amor, porque dizem o amor ser eterno, não é? Então, pelos visto não tinha

Apaixonei-me por todos eles e muitos mais, mas traí só com aqueles que não se importavam de ser o Outro. Apaixonei-me por todos eles e, na vaga esperança de serem o verdadeiro amor, e concomitantemente no medo que perder aquele que também acreditava ser amor, fui tentando com todos. Foi terapêutico. Tinha sido tudo o que o sábio me disse, se fosse uma questão só carnal, não pensaria neles durante muito tempo.
Por mais irónico que possa parecer, continuava a amar o Primeiro. Não podia viver sem ele, mas também não podia viver sem a emoção da traição, a adrenalina da mentira. A cada nova traição, não podia deixar de sentir o florescer de um novo sentimento que ainda não sabia bem o que seria, mas que valia o risco apenas para descobrir. A descoberta de novas sensações, novos cheiros, prazeres desconhecidos. Cada um deles tinha algo a ensinar-me. A atenção era tudo. Era a atenção que não sentia desde os primeiros tempos com o Primeiro, e as sensações que acreditava adormecidas ou que acreditava serem possíveis apenas uma vez, na primeira vez, revivia-as a cada traição. Nunca traí por sexo. Afinal, não era mais do que vítima de uma demanda incansável pelo Tal. Tinha começado essa demanda uns dias após o meu 19º aniversário, e não tencionava desistir até ter a certeza que o tinha encontrado.
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