Já começei este documento de word pelo menos três outras vezes. Queria escrever algo bonito sobre ti. Tenho medo que a memória da noite de ontem se desvaneça, e tal como todas as minhas obcessões anteriores tu também sejas esquecido. E não o quero. A ti não quero esquecer-te. Deves ter sido a coisa mais bonita com quem eu tive a sorte de estar, simplesmente estar, e estraguei tudo. Mas não é pelo facto de eu nunca mais voltar a ver-te que vou deslembrar-me de ti. Da noite. De tudo. (Deve ser interessante para ti, verificares como manifestas tão obviamente uma incoerência de opinião, de valores, de sentimentos, de tudo, em mim, não?)
Já começei esta frase demasiadas vezes.
Podia começar pelo óbvio, os teus olhos. Mas isso de certeza que nunca vou esquecer. Ninguém os esquece. Que cliché, eu sei. Por isso é que não vou começar pelos olhos, vou começar pelas mãos. Macias e delicadas. Bem-educadas. Não sei se mãos podem ser bem-educadas mas as tuas são. São mãos nobres. Não são fortes, são até demasiado delicadas para um homem. E são de um tom pálido imaculado. São perfeitas. Lindas, grandes.
(É tudo o que consigo escrever sobre ti agora, ainda estou sobrecarregada de informação da noite anterior, ainda é cedo demais para distanciar-me emocionalmente e escrever sem atropelar-me em pirosices e conseguir com que as palavras façam qualquer sentido. Porque tentar descrever a tua beleza seria demasiada ousadia.)
2007/02/02
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