Obrigada por me contemplares com o conhecimento de algo que desconhecia.
"Estás diferente, mudada", dizem-me. E achas que não o sei?! Se é algo que se passa comigo, achas que não fui a primeira a dar conta disso? Achas que não me sinto diferente? Porquê que não tentas amar o novo eu em vez de me recordares constantemente de quanto amas o antigo? O antigo já não sou eu. E o antigo relembra-me constantemente de quanto, neste momento, odeio os eu.
Crescer não é mudar? E que identidade suprema define com que intensidade e até quando se pode crescer? Eu não decidi crescer bruscamente, agora. E certamente não pedi para deixar de gostar das coisas que gostava, ou deixar de me divertir com as coisas que me divertiam.
Párem de chamar-me pelo nome! Já não me identifico com ele.
(Sinto-me uma fraude.)
E párem de dar-me os parabéns atrasados. Parabéns de quê? Ter vivido mais um ano? Mas isso é razão alguma para se felicitar alguém?
31 March 2007
Não quero apaixonar-me por mais ninguém, desapaixonar-me de ti já seria bom.
"And you're like a 90's Jesus
And you revel in your psychosis
How dare you?
And you sample concepts like hors d'euvres
And you eat their questions for dessert
Is it just me or is it hot in here?
And you're like a 90's Kennedy
And you're really a million years old
You can't fool me
They'll throw opinions like rocks in riots
And they'll stumble around like hypocrites
Is it just me or is it dark in here?
Well you may never be or have a husband
You may never have or hold a child
You will learn to loose everything
We are temporary arrangements
And you're like a 90's Noah
And they laughed at you as you packed all of your things
And they wonder why you're frustrated
And they wonder why you're so angry
And is it just me or are you fed up?
God bless you in your travels in your conquests and queries"
Alanis Morissette, " No Pressure Over Cappuccino"
(Estou farta que letras de canções sejam mais expressivas do que aquilo o que tenho para dizer. E estou farta de ultimamente ver o teu carro em todo o lado. Parece que de repente o mundo se encheu de charangas iguais à tua.)
30 March 2007
Uma pessoa que não sabe mentir só pode ser uma boa pessoa.

Perdoo-te mesmo sem desejares o meu perdão. Afinal esqueceste-te de dar-me uma resposta porque estiveste ocupado a fazer coisas bem mais interessantes, como seres lindo, perfeito, interessante. Estiveste tão compenetrado em ti próprio que é natural teres-te esquecido das pequenas formigas que coabitam o teu mundo. Elas só existem para que tu possas ser o gigante.
Sou tudo aquilo o que tu não queres ser. Como podias tu estar a ser honesto ao dizer que gostas de mim? Perdoo-te também por isso. Por não seres sequer coerente ao mentir.
Lista das razões pelas quais é absolutamente imperativo que eu esqueça o Nazi.
- Não é circuncisado.
- Tem uma banda de merda, da qual arrogantemente se considera o líder, e cujo nome é um plágio descarado ao nome de uma faixa de Radiohead (por favor, poupem-me! Tanta inteligência para isso?)
- Usa calças caqui.
- E mais não sei.
LISTA DE PRÓS E CONTRAS DO NAZI (devo esquecê-lo, caso conseguisse - sim, conseguisse, no passado, não é calinada gramatical -, ou não?)
PRÓS
- Foi sair comigo uma vez sem qualquer insistência.
- Foi a um jantar onde não conhecia mais ninguém.
- Foi ao Loft mesmo odiando aquilo.
- Ainda me olha na cara depois de o ter abandonado com os meus amigos.
- Segundo ele, gosta de mim (dito via messenger, daí a falta de credibilidade. Estaria ele a encarar mais uma personagem?).
- Espera, passo a citar, “vir a ter muitas mais implicações em anos futuros” porque, segundo diz, “é um prazer implicar comigo”.
- Considera-se um nazi com “amor para dar” (nem sei se isto deve ser considerado um pró).
- Disse que achava que eu estava a “fazer caridade” ao sair com ele.
- Foi a 4ª pessoa a dar-me os parabéns (às 1.27h da manhã).
- Disse-me “eu compenso-te” (a propósito de chegar atrasado).
CONTRAS
- Quando não está a desprezar-me, é antipático.
- Goza comigo sempre frisando a minha idiotice.
- Chamou-me aldeã
- Chamou-me saloia
- Num primeiro momento disse eu estar “iludida” por considerar-me gira
- Na escola ignora-me
- Saiu comigo uma segunda vez mas só porque eu liguei-lhe
- Não me respondeu a uma sms
- Não me respondeu pelo menos duas ou três vezes no messenger, quando eu vi que ele estava para responder
- Ainda não me disse se vai ao jantar dos meus anos, provavelmente vai fingir que não viu a sms. É que hoje estive algum tempo com ele e ele nem tocou no assunto.
- Ainda não marcou um terceiro encontro nem tocou no assunto.
- Deu-me duas barras seguidas para um terceiro encontro, três se contabilizarmos quando se fez de despercebido na minha alegoria “os serviços de acção social agradecem ser contactados para o próximo evento de caridade”.
- Deu-me os parabéns porque a Inês o pressionou.
- Ignorou-me completamente no bar do bairro depois de eu e a Inês termos ligado e mandado sms inúmeras vezes sem resposta.
- Disse-me “quando não estou interessado numa rapariga, não respondo às sms”.
- Não manifesta vontade alguma de estar comigo.
- Quando fala comigo crê-se superior, e a mim uma idiota.
- Já me chamou sensível de mais e insegura.
- Quando fala ao telefone comigo, mesmo sendo eu a gastar dinheiro, é sempre rude e frio e está sempre a despachar-me.
Mais do mesmo.
Não entendo. Não consigo conjecturar toda esta ansiedade. Analisando logicamente, não faz qualquer sentido. Que necessidade é esta necessidade humana de ter alguém? Minha de ter-te... Nem sequer gosto de entrar em divagações do género, até me sinto humilhada ao fazer redundâncias assim. Não gosto de colocar questões filosóficas não sendo filósofa. Não quero saber a verdade na sua totalidade, porque temo que esta seja desoladora. Sei que é desoladora. Gosto de ficar na superficialidade, sabendo ou acreditando que existem pequenas questões às quais posso responder. Senão teria de responder, ou tentar responder, a perguntas como “o que é o amor?”, e não quero. Não tenho a pretensão de responder a uma questão que só é pertinente se ficar por responder.
Então, insisto, que ternura é esta que vou nutrindo por um estranho desconhecido? Não é redundância, és mesmo um estranho desconhecido.
Atrevo-me mesmo a dizer que, graças a ti, não sei se algum dia poderei vir a sentir-me realizada, vir a gostar de mim outra vez. É que tu abriste fendas em mim, destapaste as minhas fissuras, descobriste os meus defeitos. A tua majestade recorda-me do meu portuguesismo. A tua preponderância faz-me lembrar o quão insignificante sou. A tua inteligência suscita a minha estupidez, a tua classe a minha saloiice. Tudo o que tu és eu não sou. Por isso é que eu queria tanto que me completasses.
Não é a solidão que temo. Temo ter de me contentar com uma reles cópia tua, porque agora que te conheci a minha fasquia só irá baixar por necessidade. Temo um dia ficar só. Porque, mesmo que tiver alguém, sei que vou sentir-me incompleta por não ter o original. É como os cristãos contentarem-se com o padre, por não poderem ir à missa do Vaticano. Sou ousada o suficiente para dizer que alteraste completamente a minha visão dos homens: de hoje em diante, em qualquer homem que venha a ser do meu interesse, o critério de avaliação és tu. De hoje em diante, os homens serão avaliados segundo a semelhança que têm a ti.
Então, insisto, que ternura é esta que vou nutrindo por um estranho desconhecido? Não é redundância, és mesmo um estranho desconhecido.
Atrevo-me mesmo a dizer que, graças a ti, não sei se algum dia poderei vir a sentir-me realizada, vir a gostar de mim outra vez. É que tu abriste fendas em mim, destapaste as minhas fissuras, descobriste os meus defeitos. A tua majestade recorda-me do meu portuguesismo. A tua preponderância faz-me lembrar o quão insignificante sou. A tua inteligência suscita a minha estupidez, a tua classe a minha saloiice. Tudo o que tu és eu não sou. Por isso é que eu queria tanto que me completasses.
Não é a solidão que temo. Temo ter de me contentar com uma reles cópia tua, porque agora que te conheci a minha fasquia só irá baixar por necessidade. Temo um dia ficar só. Porque, mesmo que tiver alguém, sei que vou sentir-me incompleta por não ter o original. É como os cristãos contentarem-se com o padre, por não poderem ir à missa do Vaticano. Sou ousada o suficiente para dizer que alteraste completamente a minha visão dos homens: de hoje em diante, em qualquer homem que venha a ser do meu interesse, o critério de avaliação és tu. De hoje em diante, os homens serão avaliados segundo a semelhança que têm a ti.
29 March 2007
Vou fingir que estás-me no pensamento constantemente por coincidência.

Quão irónico é, saber que nunca fui fiel ao Primeiro e agora o sou, porque penso em ti e ele é a única pessoa suportável? Mas mais irónico ainda, é o Primeiro ter-me dito incontáveis vezes que ultimamente ando estranha e a nossa pseudo relação de há 4 anos ter, mais uma vez, terminado (ainda não sei se definitivamente mas pressinto que sim, porque não estou para preocupar-me desta vez e porque penso que foi um favor que ele me fez) por ele desconfiar de que ando a traí-lo. Desconfia. É de morrer a rir. A primeira vez que não ando a trair o Primeiro (afastei-me de todos os outros homens porque a repugnância de ter de os aturar depois de ter conhecido a mais bela das criaturas era demasiado pesasora), ele acredita que ando. Falámos disso outras incontáveis vezes, sempre à base de linguagem guerra fria:
- O que é que tens?
- Nada.
- Tens andado estranha.
- Não tenho nada, estou cansada.
- Estás muito estranha, andas a trair-me outra vez não é? Já não gostas do sexo, só queres dormir e ver televisão... Sinto que já não gostas de mim, estás sempre distante... Mas tu ao menos estás a ouvir o que te estou a dizer??!
- Hãm, o quê? Não, não é nada disso Primeiro, nada disso.
E simplesmente não me dou ao trabalho de negar mais, falta paciência para justificar-me perante o seu constante ciumento-obsessivo génio que é, até, mais do que razoável. Se ele soubesse que na verdade teria de agradecer-te por eu ter-lhe sido fiel desde que te conheci, se ele soubesse que só sou fiel porque tu não queres nada comigo, se ele soubesse que me afastei de todos os outros precisamente porque te quero a ti e a mais ninguém, e porque ele é o único com o qual até tenho uns laços de amizade tanto ou quanto fortes e que, sem sexo, a amizade até pode ser camuflada em amor... Ai, quantos segredos guarda este meu coração.
Quase que ele está certo. Quase. Porque esta é, de longe, a minha traição mais significativa. Só que sem qualquer materialização. E friso novamente, porque tu não queres.
- O que é que tens?
- Nada.
- Tens andado estranha.
- Não tenho nada, estou cansada.
- Estás muito estranha, andas a trair-me outra vez não é? Já não gostas do sexo, só queres dormir e ver televisão... Sinto que já não gostas de mim, estás sempre distante... Mas tu ao menos estás a ouvir o que te estou a dizer??!
- Hãm, o quê? Não, não é nada disso Primeiro, nada disso.
E simplesmente não me dou ao trabalho de negar mais, falta paciência para justificar-me perante o seu constante ciumento-obsessivo génio que é, até, mais do que razoável. Se ele soubesse que na verdade teria de agradecer-te por eu ter-lhe sido fiel desde que te conheci, se ele soubesse que só sou fiel porque tu não queres nada comigo, se ele soubesse que me afastei de todos os outros precisamente porque te quero a ti e a mais ninguém, e porque ele é o único com o qual até tenho uns laços de amizade tanto ou quanto fortes e que, sem sexo, a amizade até pode ser camuflada em amor... Ai, quantos segredos guarda este meu coração.
Quase que ele está certo. Quase. Porque esta é, de longe, a minha traição mais significativa. Só que sem qualquer materialização. E friso novamente, porque tu não queres.
I can always make you smile =)
O meu refúgio não pode amar-me.

"You lodge your heart
You wake up with tears and stars in your eyes
You gave it all to someone that
Cannot love you back
Your days are passed
With wishes and hopes for the love that you've got
You wasted it all to someone that
Cannot love you back
Someone that cannot love, love
Ain't this enough?
You push yourself down
You try to take comfort in words, but words
They cannot love
Don't waste them like that 'cause they'll bruise you more
You secretly made
Castles of sand that you hide in the shame
But you cannot hold tides that break down
And you're building them all over again
You talk all this words
You make conversations that cannot be heard
How long until you notice that
No one is answering back? "
David Fonseca, "Someone That Cannot Love"
A memória não devia ser selectiva.
Não sei:
- a idade dos meus pais.
- a idade dos meus irmãos.
- as datas de aniversário e idades de nenhum dos meus primos, avós, tios.
- muito sobre ti que não seja presumido, tenha sido investigado, ou contado por terceiros.
- a matrícula de nenhum outro carro.
- o último nome da maior parte dos meus melhores amigos.
- pouco de cultura geral.
- nada de economia, história contemporânea ou qualquer outra das minhas cadeiras (e ando a pagar 900 euros por ano para as aprender).
- a cidade onde nasci.
- de onde vem o meu próprio nome (e qual das histórias que me contaram é verdadeira, se é que alguma o é).
- nada da minha origem cultural.
- as datas de aniversário de todos os meus ex namorados (excepto um) e da maior parte dos meus amigos.
- de cor o trabalho de mais ninguém.
- de cor a forma de andar, de sacudir o cabelo, de falar, de tossir, e de sorrir de mais ninguém.
- o meu próprio horário sem ter de o verificar (no entanto sei o teu).
- o dia em que perdi a virgindade.
- a idade dos meus pais.
- a idade dos meus irmãos.
- as datas de aniversário e idades de nenhum dos meus primos, avós, tios.
- muito sobre ti que não seja presumido, tenha sido investigado, ou contado por terceiros.
- a matrícula de nenhum outro carro.
- o último nome da maior parte dos meus melhores amigos.
- pouco de cultura geral.
- nada de economia, história contemporânea ou qualquer outra das minhas cadeiras (e ando a pagar 900 euros por ano para as aprender).
- a cidade onde nasci.
- de onde vem o meu próprio nome (e qual das histórias que me contaram é verdadeira, se é que alguma o é).
- nada da minha origem cultural.
- as datas de aniversário de todos os meus ex namorados (excepto um) e da maior parte dos meus amigos.
- de cor o trabalho de mais ninguém.
- de cor a forma de andar, de sacudir o cabelo, de falar, de tossir, e de sorrir de mais ninguém.
- o meu próprio horário sem ter de o verificar (no entanto sei o teu).
- o dia em que perdi a virgindade.
28 March 2007
Tem de fazer sentido a certa altura (mais do mesmo não, por favor!).
Sério, vou deixar de me enganar a mim própria.
E vou começar a gostar um bocadinho mais de mim.
Porquê que tiveste de ser a quarta pessoa a dar-me os parabéns? Antes do meu pai, da minha avó, dos meus irmãos, de alguns dos meus melhores amigos... Isso não pode significar só simpatia pois não? Se assim não for, és o cúmulo da incoerência. E eu amo-te, sabias? Amo-te! Amo-te com todas as forças do meu ser, e quem me dera poder dizer-to. Agora.
E estou farta de fazer posts sobre ti, desde o primeiro post que disse que ia deixar-me disto. Para quê? Maçar as poucas pessoas que lêem o meu blog com mais informação inútil sobre ti? Para quê, se elas não conseguem ver onde é que tu és tão fascinante? Tão digno do meu (outrora) impenetrável coração. Tinha-o impenetrável com bastante orgulho.
E chorar ao ler uma sms? Cúmulo do ridículo. Afinal chorei de quê? Emoção porque pensei que nunca te recordarias? Emoção pela tua linda escolha de vocábulos interpretáveis? Raiva de te teres recordado e de teres utilizado tais palavras afim de não me deixares esquecer-te? Fazes mesmo questão de eu não
te esquecer certo? Por favor, sê antipático, rude, frio, inexpressivo. Afinal não te falta muito. É que eu quero odiar-te, esquecer-te. Deixa-me esquecer-te!
Em 56 dias de ridícula obsessão por ti nunca chorei pelo teu desprezo. Quase que me tinha habituado a ele. Apesar de, todos os santos dias, dizer a mim própria: "hoje vou deixar de comer chocolates, deixar de fumar, e deixar de pensar no Nazi. Ou ao menos fazer um dos três", nada. Nenhum dos três. Enquanto que o primeiro e o segundo oscilavam de assiduidade com algumas recaídas, o terceiro era recaída certa.
Chorar com uma sms? Ri-dí-cu-lo. Quase tão ridículo como consumir um maço de tabaco e duas mil gramas de chocolate em poucas horas porque dizem ter propriedades anti depressivas. Tanga de psicólogos baratos.
E vou começar a gostar um bocadinho mais de mim.
Porquê que tiveste de ser a quarta pessoa a dar-me os parabéns? Antes do meu pai, da minha avó, dos meus irmãos, de alguns dos meus melhores amigos... Isso não pode significar só simpatia pois não? Se assim não for, és o cúmulo da incoerência. E eu amo-te, sabias? Amo-te! Amo-te com todas as forças do meu ser, e quem me dera poder dizer-to. Agora.
E estou farta de fazer posts sobre ti, desde o primeiro post que disse que ia deixar-me disto. Para quê? Maçar as poucas pessoas que lêem o meu blog com mais informação inútil sobre ti? Para quê, se elas não conseguem ver onde é que tu és tão fascinante? Tão digno do meu (outrora) impenetrável coração. Tinha-o impenetrável com bastante orgulho.
E chorar ao ler uma sms? Cúmulo do ridículo. Afinal chorei de quê? Emoção porque pensei que nunca te recordarias? Emoção pela tua linda escolha de vocábulos interpretáveis? Raiva de te teres recordado e de teres utilizado tais palavras afim de não me deixares esquecer-te? Fazes mesmo questão de eu não

Em 56 dias de ridícula obsessão por ti nunca chorei pelo teu desprezo. Quase que me tinha habituado a ele. Apesar de, todos os santos dias, dizer a mim própria: "hoje vou deixar de comer chocolates, deixar de fumar, e deixar de pensar no Nazi. Ou ao menos fazer um dos três", nada. Nenhum dos três. Enquanto que o primeiro e o segundo oscilavam de assiduidade com algumas recaídas, o terceiro era recaída certa.
Chorar com uma sms? Ri-dí-cu-lo. Quase tão ridículo como consumir um maço de tabaco e duas mil gramas de chocolate em poucas horas porque dizem ter propriedades anti depressivas. Tanga de psicólogos baratos.
" -Estás feliz minha querida?
- Não. Mas sempre posso fingir, não é?"
Foda-se, pareço uma emo. FUCK EMO!!
27 March 2007
Mais do mesmo.
25 March 2007
Cigarros e Luxúria.
Fumas o teu cigarro em silêncio de perna cruzada sentado à frente de uma pequena mesa ali colocada, descruzas a perna e abandonas-me, como seria de esperar.

Sou eu, estou no Largo Camões à tua espera, combinámos tomar café. A primavera começou anteontem, e não foram só os dias que se tornaram maiores. As pessoas estão mais bonitas, mais quentes, e as roupas menores. Com os dias, o desejo sexual também aumentou. Não podemos evitar, afinal somos meros animais.
Do Largo Camões passas a uma conversa ressabiada na Brasileira, uma conversa que eu adoro. Tão típico teu, leres os meus pensamentos e brincares com eles. Tão típico teu, manipulares os meus desejos e contornares a conversa sem perderes a classe. Tão típico teu, esconderes a tua timidez com eufemismos.
Em poucos minutos, vejo-me no átrio daquele Hotel Borges, mesmo encostado à Brasileira. Nunca as palavras "sexo" ou "coito" foram proferidas, mas os seus correspondentes eufemismos bastaram para bom entendedor. Conduzes-me ao quarto, com um beijo seco, calmo. Nada de euforias, estás tão confiante...! És tu quem conduz toda aquela dança, sem palavras e com poucos gemidos. Não é nada de avassalador, foi sexo cordial, educado. Mas certamente não foi amor. Vestes-te.
Fumas o teu cigarro em silêncio de perna cruzada sentado à frente de uma pequena mesa ali colocada, descruzas a perna e abandonas-me, como seria de esperar.

Sou eu, estou no Largo Camões à tua espera, combinámos tomar café. A primavera começou anteontem, e não foram só os dias que se tornaram maiores. As pessoas estão mais bonitas, mais quentes, e as roupas menores. Com os dias, o desejo sexual também aumentou. Não podemos evitar, afinal somos meros animais.
Do Largo Camões passas a uma conversa ressabiada na Brasileira, uma conversa que eu adoro. Tão típico teu, leres os meus pensamentos e brincares com eles. Tão típico teu, manipulares os meus desejos e contornares a conversa sem perderes a classe. Tão típico teu, esconderes a tua timidez com eufemismos.
Em poucos minutos, vejo-me no átrio daquele Hotel Borges, mesmo encostado à Brasileira. Nunca as palavras "sexo" ou "coito" foram proferidas, mas os seus correspondentes eufemismos bastaram para bom entendedor. Conduzes-me ao quarto, com um beijo seco, calmo. Nada de euforias, estás tão confiante...! És tu quem conduz toda aquela dança, sem palavras e com poucos gemidos. Não é nada de avassalador, foi sexo cordial, educado. Mas certamente não foi amor. Vestes-te.
Fumas o teu cigarro em silêncio de perna cruzada sentado à frente de uma pequena mesa ali colocada, descruzas a perna e abandonas-me, como seria de esperar.
22 March 2007
21 March 2007
Infelizmente não é hipérbole.
"How much do I love you?
I'll tell you no lie
How deep is the ocean?

How high is the sky?
How many times in a day
Do I think of you?
How many roses are
Sprinkled with dew?
How far would I travel
Just to be where you are?
How far is the journey
From here to a star?
And if I ever lost you
How much would I cry?
How deep is the ocean?
How high is the sky?"
Diana Krall "How deep is the ocean"
20 March 2007
Mandei a dieta às urtigas.
- "Um McFlurry de M&M's e um donut se faz favor" - mais valia ter dito "olhe dê-me aí todas as calorias que tiver à mão se faz favor".
Depois de um almoço mais ou menos equilibrado, assassinei-me. Comi o McFlurry sem pausas, sem restos, e fumei um cigarro antes de atacar o donut. Que saúde hein?
Ando a ter ataques de ansiedade e tenho de me controlar. Para os acalmar, como. Parece patológico, mas eu não quero saber. Como para preencher um vazio qualquer que existe - que recentemente descobri - dentro de mim. Pode ser que à força de comer o vazio se preencha, ou que se torne ainda mais oco.
Dou por mim especada a olhar para o teu nome na minha lista de contactos sem fazer nada. Nada. Especada. Nem sei quantas vezes repito o processo, nem tanto quanto tempo demoro a acordar do transe e perguntar a mim mesma o que estou a fazer de telemóvel na mão. Sei que de vez em quando dou por mim a fazê-lo. Nos transportes públicos, principalmente. Tiro o telemóvel da mala, olho para o horizonte, visor, horizonte, visor, horizonte.
Saber onde estás acalma-me. Saber onde vais acalma-me. Saber o que gostas acalma-me. Saber de ti acalma-me. Ouvir-te acalma-me. Ver-te exalta-me mas simultaneamente dá-me uma terrível sensação de paz de espírito. Ler o teu blog acalma-me. Ver o teu nome no meu visor acalma-me. Imaginar-te acalma-me.
E hoje acordei com um malicioso sorriso nos lábios, tentava imaginar a tua voz dizer-me "gosto de ti".
Depois de um almoço mais ou menos equilibrado, assassinei-me. Comi o McFlurry sem pausas, sem restos, e fumei um cigarro antes de atacar o donut. Que saúde hein?
Ando a ter ataques de ansiedade e tenho de me controlar. Para os acalmar, como. Parece patológico, mas eu não quero saber. Como para preencher um vazio qualquer que existe - que recentemente descobri - dentro de mim. Pode ser que à força de comer o vazio se preencha, ou que se torne ainda mais oco.
Dou por mim especada a olhar para o teu nome na minha lista de contactos sem fazer nada. Nada. Especada. Nem sei quantas vezes repito o processo, nem tanto quanto tempo demoro a acordar do transe e perguntar a mim mesma o que estou a fazer de telemóvel na mão. Sei que de vez em quando dou por mim a fazê-lo. Nos transportes públicos, principalmente. Tiro o telemóvel da mala, olho para o horizonte, visor, horizonte, visor, horizonte.
Saber onde estás acalma-me. Saber onde vais acalma-me. Saber o que gostas acalma-me. Saber de ti acalma-me. Ouvir-te acalma-me. Ver-te exalta-me mas simultaneamente dá-me uma terrível sensação de paz de espírito. Ler o teu blog acalma-me. Ver o teu nome no meu visor acalma-me. Imaginar-te acalma-me.
E hoje acordei com um malicioso sorriso nos lábios, tentava imaginar a tua voz dizer-me "gosto de ti".
18 March 2007
Não me apetece ter de escolher.
Como sempre, sofro por antecipação. O Nazi começa a ignorar-me cada vez menos, e a subtilmente tentar conquistar-me. Não que eu já não esteja completamente conquistada, mas ele não faz a mínima ideia, por isso vai enviando sinais. Aos poucos sinto-o menos distante, continua a falar-me num tom mordaz e coloquial que ainda abre um abismo entre nós, mas agora é como se nesse abismo corressem águas calmas, apaziguadoras, apetecíveis (que alegoria horrível).
Eu também estou mais calma, porque o que me inquietava era a rejeição. Mas aos poucos vai florescendo um sentimento que sinto mútuo, uma cumplicidade na simples troca de vocábulos ofensivos. Continuo a levar os dias a pensar nele, mas agora com a diferença de não continuar a desejar que o Primeiro fosse ele. Dou por mim a enviar sms de boa noite ao Primeiro, e já não penso no Nazi quando faço sexo com o Primeiro.
Tenho um medo terrível do que se avizinha. Se algo acontecer entre mim e o Nazi, espero não ter de escolher. Não quero ser confrontada com a escolha. Eu gosto do Primeiro, mas (ironicamente) ele é que é a minha questão alemã, uma questão mal resolvida. Ambos somos apaixonados um pelo outro, ficou provado porque nos últimos dois, três anos não temos tentado nada senão viver um sem o outro, sem sucesso. Mas eu e o Primeiro não resultamos, e isso também já ficou mais que provado. Então temo ter de escolher entre o desconhecido e o conhecido instável. Temo que o sexo com Nazi nunca supere o sexo com Primeiro, e temo nunca sentir pelo Nazi aquilo que senti - repito, senti - pelo Primeiro. Temo arriscar tudo, ser impulsiva e passional como costumo ser, e deitar a pouca estabilidade que tenho a perder.
Quero apaixonar-me, disso estou certa. Não me importo de vir a vulnerabilizar-me perante o Nazi, mesmo sabendo que ele obedece ao estereotipo do típico parte corações. Mas não me importo de sentir desta vez, seja ela, a sensação, coisa boa ou má, porque há imenso tempo que já não me permito sentir coisa alguma. E porque sinto que a obsessão pelo Nazi é algo mais do que condicional.
Sou cobarde. Não quero afastar-me do Primeiro por enquanto, mas sei que se tiver a oportunidade vou tentar a minha sorte com o Nazi.
Eu também estou mais calma, porque o que me inquietava era a rejeição. Mas aos poucos vai florescendo um sentimento que sinto mútuo, uma cumplicidade na simples troca de vocábulos ofensivos. Continuo a levar os dias a pensar nele, mas agora com a diferença de não continuar a desejar que o Primeiro fosse ele. Dou por mim a enviar sms de boa noite ao Primeiro, e já não penso no Nazi quando faço sexo com o Primeiro.
Tenho um medo terrível do que se avizinha. Se algo acontecer entre mim e o Nazi, espero não ter de escolher. Não quero ser confrontada com a escolha. Eu gosto do Primeiro, mas (ironicamente) ele é que é a minha questão alemã, uma questão mal resolvida. Ambos somos apaixonados um pelo outro, ficou provado porque nos últimos dois, três anos não temos tentado nada senão viver um sem o outro, sem sucesso. Mas eu e o Primeiro não resultamos, e isso também já ficou mais que provado. Então temo ter de escolher entre o desconhecido e o conhecido instável. Temo que o sexo com Nazi nunca supere o sexo com Primeiro, e temo nunca sentir pelo Nazi aquilo que senti - repito, senti - pelo Primeiro. Temo arriscar tudo, ser impulsiva e passional como costumo ser, e deitar a pouca estabilidade que tenho a perder.
Quero apaixonar-me, disso estou certa. Não me importo de vir a vulnerabilizar-me perante o Nazi, mesmo sabendo que ele obedece ao estereotipo do típico parte corações. Mas não me importo de sentir desta vez, seja ela, a sensação, coisa boa ou má, porque há imenso tempo que já não me permito sentir coisa alguma. E porque sinto que a obsessão pelo Nazi é algo mais do que condicional.
Sou cobarde. Não quero afastar-me do Primeiro por enquanto, mas sei que se tiver a oportunidade vou tentar a minha sorte com o Nazi.
14 March 2007
kinda runnin' out of titles.
Depois de dois telefonemas falhados, escrevo uma sms e guardo-a sem enviar. Escrevê-la acalmou-me. Na minha imaginação, as palavras estão a percorrer o espaço, vão até ao satélite nos confins da nossa galáxia, e finalmente chegam ao telemóvel dele num toque qualquer estridente: “Tentei ligar-te para saber se queres ir ver Justice esta quinta no Lux. Pensei que poderias gostar, mas caso não gostes sempre podemos ir beber um café. Gostas de café não gostas?”, sem beijos. Perdi imenso tempo a conjugar estas simples e poucas palavras. É que com ele as palavras tomam uma dimensão completamente diferente, quero deixar bem claro o significado subliminar sem dar muito nas vistas. Sou louca não? Um significado subliminar é precisamente isso, é implícito. E eu quero que um significado implícito seja explícito mas não demasiado explítico? Normalmente, os significados subliminares até são inconscientes, e com a mesma facilidade que ele leu a sms provavelmente a irá apagar, e porquê que me preocupo tanto se a minha intenção nem era enviar a sms? Lunática. E qual será a mensagem subliminar que quero dar a entender? “Quero estar contigo mas não muito”, “estou a procurar-te depois de tanto tempo, por isso não esperes que me humilhe mais e tem a compaixão de vir sair comigo, eu até sou gira e simpática”, “não deixei de pensar em ti este tempo todo e Justice é um triste motivo, porque por mim ia beber café contigo à lixeira municipal”? Louca.
Volto a ligar e finalmente ele atende com um (que não podia deixar de ser seco) “já te ligo, ok? Agora não posso falar”. Deixou-me na merda outra vez, este ser omniocupado incontactável. Agora fico impotente. Demora a ligar-me, mas já é óptimo para quem estava à espera que ele não ligasse de todo. Esqueci-me completamente de deixar o telefone tocar como se não estivesse ansiosa por atender. Ele explica-se mas sem grandes desculpas.
- Estava a conduzir. Diz. – já estou habituada ao tom mordaz, por isso já não me desencoraja.
- Então, tudo bem? – começo eu.
- Sim, e contigo, também?
- Também! – ups, quem me dera retirar a exclamação. Merda!
Silêncio constrangedor
- Nunca mais te vi lá na escola...
- Sim.
Sim?? Mas que raio de resposta é essa? Merda, com isto digo o quê, como é que dou continuidade a esta conversa?? Idiota. “Sim.”??? “Sim.” sem nenhuma entoação exclamativa, interrogativa, reticente, nada???!! To lixada. Já me estou a humilhar.
- Mas tens ido à escola? – Merda, não sabia o que dizer, não tive tempo para pensar. Merda. Merda. Merda.
- Não te estou a ouvir.
E a chamada cai. Ai, que merda! Parece que os astros conspiram para eu não falar com este homem. Ligo passados dois minutos, nada de demonstrar ansiedade. Depois disso já não me lembro da conversa precisamente, estava demasiado nervosa e concentrada a ouvi-lo às fracções. (Merda de novas tecnologias que nem sequer nos garantem um bom serviço quando mais precisamos!) Sei que no meio de uns quantos “o quê?”, “hum?”, “não ouvi” e “desculpa, podes repetir?”, eu convidei-o descaradamente para um café sob o pretexto de nunca mais o ter visto. Sim, eu. Ele não me deu alternativa, depois de ter dito mil vezes que nunca mais o tinha visto, ele não se dignou a dizer “ah podemos ir beber um café um dia destes” ou assim. Nada. Palerma. Será que ele precisa da minha humilhação para reclamar a sua superioridade?
Volto a ligar e finalmente ele atende com um (que não podia deixar de ser seco) “já te ligo, ok? Agora não posso falar”. Deixou-me na merda outra vez, este ser omniocupado incontactável. Agora fico impotente. Demora a ligar-me, mas já é óptimo para quem estava à espera que ele não ligasse de todo. Esqueci-me completamente de deixar o telefone tocar como se não estivesse ansiosa por atender. Ele explica-se mas sem grandes desculpas.
- Estava a conduzir. Diz. – já estou habituada ao tom mordaz, por isso já não me desencoraja.
- Então, tudo bem? – começo eu.
- Sim, e contigo, também?
- Também! – ups, quem me dera retirar a exclamação. Merda!
Silêncio constrangedor
- Nunca mais te vi lá na escola...
- Sim.
Sim?? Mas que raio de resposta é essa? Merda, com isto digo o quê, como é que dou continuidade a esta conversa?? Idiota. “Sim.”??? “Sim.” sem nenhuma entoação exclamativa, interrogativa, reticente, nada???!! To lixada. Já me estou a humilhar.
- Mas tens ido à escola? – Merda, não sabia o que dizer, não tive tempo para pensar. Merda. Merda. Merda.
- Não te estou a ouvir.
E a chamada cai. Ai, que merda! Parece que os astros conspiram para eu não falar com este homem. Ligo passados dois minutos, nada de demonstrar ansiedade. Depois disso já não me lembro da conversa precisamente, estava demasiado nervosa e concentrada a ouvi-lo às fracções. (Merda de novas tecnologias que nem sequer nos garantem um bom serviço quando mais precisamos!) Sei que no meio de uns quantos “o quê?”, “hum?”, “não ouvi” e “desculpa, podes repetir?”, eu convidei-o descaradamente para um café sob o pretexto de nunca mais o ter visto. Sim, eu. Ele não me deu alternativa, depois de ter dito mil vezes que nunca mais o tinha visto, ele não se dignou a dizer “ah podemos ir beber um café um dia destes” ou assim. Nada. Palerma. Será que ele precisa da minha humilhação para reclamar a sua superioridade?
meu Tabu porquê?

''Ele leva uma vida plena, sem o vazio da minha. Não tenho nada porque não o tenho.''
''Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação.''
''Por que o chamo meu Diego? Nunca foi, nem será meu. É dele mesmo.''
Frida Kahlo, sobre o marido Diego.
''Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação.''
''Por que o chamo meu Diego? Nunca foi, nem será meu. É dele mesmo.''
Frida Kahlo, sobre o marido Diego.
13 March 2007
Ode às coisas boas
Odeio coisas assim em jeito de hino, muito menos positivas, porque não reflectem a minha personalidade, e quando me esforço para fazer essas tais coisas menos pessimistas saem coisas feias, forçadas, clichés. Mas neste momento o meu estado de espírito exige um hino positivista. É assim que me sinto neste momento, e ele deve ser comemorado.
Porque apesar de tudo o que me corre mal na vida, devo agradecer àqueles que me apoiam, que sei que me amam porque não tenho nada a oferecer-lhes senão o meu amor de volta. Às pessoas cujo amor que me dão é incondicional, que não me julgam. Que gostam de mim precisamente por todos os defeitos que tenho. E eu a elas. Que não me dizem só o que quero ouvir, que me apoiam, que me ajudam e que ouvem sem pesar. Que são criativas e com quem amo estar, pessoas com as quais é impossível não divertir-me quando estão presentes. Amo-vos. Agradeço-vos por tudo o que me aturam, e nem pensem em agradecer-me a mim porque é com todo o prazer que vos aturo. Pessoas com quem rio e choro, mas principalmente choro sempre com o sorriso de as ter a meu lado.
Esta é a vossa homenagem pirosa. Amo-vos.
P.S. Além disso as coisas com o Primeiro até estão a correr bem, porquê estragá-las com um misterioso, interessante, lindo, fascinante, intrigante desconhecido? (Não sei se este pequeno último parágrafo seja uma epifania que me está a dar, uma premonição, um desejo ou simplesmente uma suposição.)
Porque apesar de tudo o que me corre mal na vida, devo agradecer àqueles que me apoiam, que sei que me amam porque não tenho nada a oferecer-lhes senão o meu amor de volta. Às pessoas cujo amor que me dão é incondicional, que não me julgam. Que gostam de mim precisamente por todos os defeitos que tenho. E eu a elas. Que não me dizem só o que quero ouvir, que me apoiam, que me ajudam e que ouvem sem pesar. Que são criativas e com quem amo estar, pessoas com as quais é impossível não divertir-me quando estão presentes. Amo-vos. Agradeço-vos por tudo o que me aturam, e nem pensem em agradecer-me a mim porque é com todo o prazer que vos aturo. Pessoas com quem rio e choro, mas principalmente choro sempre com o sorriso de as ter a meu lado.
Esta é a vossa homenagem pirosa. Amo-vos.
P.S. Além disso as coisas com o Primeiro até estão a correr bem, porquê estragá-las com um misterioso, interessante, lindo, fascinante, intrigante desconhecido? (Não sei se este pequeno último parágrafo seja uma epifania que me está a dar, uma premonição, um desejo ou simplesmente uma suposição.)
Foi propositado? Premeditado? É que eu já o fiz, talvez seja isto o Karma.
- Já tinha comprado trapinhos novos.
- Já tinha marcado o cabeleireiro.
- Já tinha feito uma manicure caseira fabulosa (quase que tirei o dia para fazer isso).
- Já tinha premeditado as minhas palavras.
- Já tinha coreografado os meus movimentos.
- Já tinha feito a trajectória no meu imaginário cem vezes, verificado os horários dos transportes, e tido em conta os imprevistos para chegar elegantemente atrasada precisamente cinco minutos.
- Já tinha planeado toda a minha quarta-feira para não chegar atrasada mais do que os cinco minutos necessários, faltar ao cabeleireiro, ou stressar-me.
- Não combinei nada para hoje à noite para amanhã acordar linda sem olheiras.
- Já estava mentalizada que tinha de estar calma, falar contigo normalmente, e estava mesmo calma.
- Já tinha decidido que não ia fazer quaisquer referências sexuais nas nossas conversas, que ia abster-me de comentar a minha opinião quanto a pénis não circuncidados, ex-namorados, à minha inexistência total de orgasmos, e que não criticaria mais vez nenhuma a tua personalidade de forma directa ou indirecta.
- Já tinha meditado.
- Já tinha acordado com um sorriso nos lábios esta amanhã, do género "já só falta um dia", nem o acordar estridente da minha mãe me retirou esse leve sorriso.
- Já tinha exfoliado o corpo, já me tinha mimado para sentir-me relaxada.
- Já tinha meditado ao som de Jamie Cullum.
MAS TU ESTAS-TE MESMO A PASSAR SEU NÃO CIRCUNCIDADO DA MERDA, NÃO É???
- VAI PARA O CARALHO EU NÃO SOU O TEU BRINQUEDO SEU ANTI-SEMITISTA DO CARALHO, ANTIPÁTICO, SNOB, CÁ PARA MIM FOSTE MOLESTADO NA INFÂNCIA POR ISSO É QUE TENS TRAUMA E COMPLEXOS INTER PESSOAIS, OU ENTÃO VIVES NA CULPA DO TEU AVÔ TER SIDO NAZI.
- Demoraste um mês a decidir se estavas interessado ou não, foi?
- A giraça da Associação de Estudantes deu-te barra foi?
- As tuas glândulas testiculares já estão cheias o suficiente e chegou a altura de esvaziá-las mas masturbação dá muito trabalho é?
- Se eu não te tivesse dito nada, tu dirias?
- Só descobriste hoje que tens um teste sexta?
- Se quisesses mesmo ir, 40 páginas para ti não são nada.
- Tencionas adiar sábado também, mas achas que dar barras assim pequeninas, aos pouquinhos, custa menos, seu cobarde?
- Até quando tencionas adiar?
- Ou a giraça da Associação deu notícias assim inesperadamente e tu resolveste manter-me na prateleira como eu já fiz a tantos outros homens?
- Naquele sábado do bairro alto, aconteceu exactamente isso não foi?
Deixa-me em paz, vou ver o Dr. House. Ele pode ser arrogante e anti social mas ao menos salva vidas. E tu? Qual é o teu poder? Fascinares-me? Bah, grande poder...
(afinal não foi necessário postar nenhuma "lyrics", arranjei inspiração num instante.)
Etiquetas
a gerência agradece a vossa compreensão
YES, "Woud be like heaven to touch"

12 March 2007
Tenho de postar imediatamente para este sentimento não se desvanecer.
"I get no kick from champagne
Mere alcohol doesn't thrill me at all
So tell me why should it be true
That I get a kick out of you
Some get their kicks from cocaine
I'm sure that if I took even one sniff
That would bore me terrifically too
That I get a kick out of you
I get a kick every time
I see you standing there before me
I get a kick though it's clear to me that you obviously do not adore me
I get no kick in a plane
Flying too high with some gal in the sky
Is my idea of nothing to do
But I get a kick out of you"
Jamie Cullum, "I get a kick out of you"

Era assim que me sentia, quando desliguei o telefone. Extasiada. Excitada com pura adrenalina. Como com qualquer outra droga. Ridículo fazeres-me sentir assim. Mas como sempre agora estou demasiado extasiada para me distanciar e ser objectiva afim de escrever algo com algum sentido semântico. Amanhã, se entretanto a "moca" tiver passado, escrevo. Senão, posto outra letra de uma canção qualquer ilustrativa.
Mere alcohol doesn't thrill me at all
So tell me why should it be true
That I get a kick out of you
Some get their kicks from cocaine
I'm sure that if I took even one sniff
That would bore me terrifically too
That I get a kick out of you
I get a kick every time
I see you standing there before me
I get a kick though it's clear to me that you obviously do not adore me
I get no kick in a plane
Flying too high with some gal in the sky
Is my idea of nothing to do
But I get a kick out of you"
Jamie Cullum, "I get a kick out of you"

Era assim que me sentia, quando desliguei o telefone. Extasiada. Excitada com pura adrenalina. Como com qualquer outra droga. Ridículo fazeres-me sentir assim. Mas como sempre agora estou demasiado extasiada para me distanciar e ser objectiva afim de escrever algo com algum sentido semântico. Amanhã, se entretanto a "moca" tiver passado, escrevo. Senão, posto outra letra de uma canção qualquer ilustrativa.
11 March 2007
Poder-se-à apaixonar-se por associação? (Parte II)
Fico a olhar para ela, e deixo-me envolver. Fixo o olhar naqueles olhos e fantasio compenetrada, já que ela tem tanta reminiscência tua nos seus olhos como na sua personalidade. Ela acredita que estou atenta à aula, porque de vez em quando aceno com a cabeça para tornar o facto de estar a olha-la enamoradamente como se de ti se tratasse menos constrangedor. E tal como tu ela acha-me uma idiota. Porque por cada vez que ela me dirige o olhar, eu, intimidada, desvio o meu. E a cada vez que me faz uma questão, engasgo-me nas minhas próprias ideias. Tal como quando te vejo, sei que tenho tanto para dizer mas não sou capaz de articular uma única frase. Tudo o que disser vai parecer-te óbvio e básico porque és tão mais sábio; tudo o que eu lhe disser a ela sobre o assunto será igualmente trivial porque ela o domina.
Como é que é possível eu transportar o que sinto por ti para uma professora? A tua ausência física é assim tão abismal que tenho de refugiar-me nos olhos de outra pessoa? É que por vezes tenho mesmo a sensação que a amo. E que a admiro. Mas até que ponto a conheço? Até que ponto te conheço a ti? A contaminação de identidades não pode tornar-se assim tão vinculativa. Como é que tu alteras a minha percepção das várias identidades? Isso é coisa que uma criança aprende aos três anos segundo a psicologia moderna. Vou passar a ver-te em todo o lado? Não me digas!
Com ela, tenho a mesma relação amor-ódio, que não é recíproca nem sequer assumida. Mais uma vez finjo indiferença. Porque essa sim, é recíproca, estou certa. Que raio de actriz me saí, não? O amor e o ódio, os dois sentimentos por excelência, e eu a molestá-los descaradamente. A reprimi-los e a sufocá-los, a encenar outros tão discretos como a apatia. A ela amo-a, e admiro-a pela sua inteligência, classe, honestidade, cultura. Assim como a ti. Mas odeio-a por fazer-me sentir como se estivesse perante um Dalai Lama ou um Nelson Mandela. E é exactamente assim que vocês me fazem sentir. Como se fosse uma criancinha sem prendas na noite de Natal, a chorar silenciosamente porque está sozinha. Lágrimas secas, numa posição fetal.
Olho-a enamorada, com os meus olhos de cor quente carregados de desejo. Olho-a e deixo-me apaixonar por aquela tonalidade de azul; nem o seu inestético pontiagudo nariz se intromete nas minhas fantasias, porque é um nariz tão inestético quanto o teu, que eu tanto gosto.
Como é que é possível eu transportar o que sinto por ti para uma professora? A tua ausência física é assim tão abismal que tenho de refugiar-me nos olhos de outra pessoa? É que por vezes tenho mesmo a sensação que a amo. E que a admiro. Mas até que ponto a conheço? Até que ponto te conheço a ti? A contaminação de identidades não pode tornar-se assim tão vinculativa. Como é que tu alteras a minha percepção das várias identidades? Isso é coisa que uma criança aprende aos três anos segundo a psicologia moderna. Vou passar a ver-te em todo o lado? Não me digas!
Com ela, tenho a mesma relação amor-ódio, que não é recíproca nem sequer assumida. Mais uma vez finjo indiferença. Porque essa sim, é recíproca, estou certa. Que raio de actriz me saí, não? O amor e o ódio, os dois sentimentos por excelência, e eu a molestá-los descaradamente. A reprimi-los e a sufocá-los, a encenar outros tão discretos como a apatia. A ela amo-a, e admiro-a pela sua inteligência, classe, honestidade, cultura. Assim como a ti. Mas odeio-a por fazer-me sentir como se estivesse perante um Dalai Lama ou um Nelson Mandela. E é exactamente assim que vocês me fazem sentir. Como se fosse uma criancinha sem prendas na noite de Natal, a chorar silenciosamente porque está sozinha. Lágrimas secas, numa posição fetal.
Olho-a enamorada, com os meus olhos de cor quente carregados de desejo. Olho-a e deixo-me apaixonar por aquela tonalidade de azul; nem o seu inestético pontiagudo nariz se intromete nas minhas fantasias, porque é um nariz tão inestético quanto o teu, que eu tanto gosto.
Poder-se-à apaixonar-se por associação?
Esta aula deveria ser a mais formativa a nível do meu futuro. É aqui a redacção escrita e é aqui onde eu deveria despir-me do meu dia-a-dia para apenas aspirar a ser uma grande jornalista.
Mas não.
Na verdade estou-me nas tintas. Nem é prepositadamente. Cheguei atrasada à aula não por uma greve de transportes, ou por ter acordado mais tarde, se bem que ambas realmente aconteceram. Cheguei atrasada meia hora porque antes de vir para a aula fui cuidadosamente procurar-te em todos os recantos da escola. Todos. E tu não estavas lá. Em nenhum. Em nenhum dos mesmos recantos onde te encontro precisamente quando o meu cabelo está a ter um dia péssimo e eu rezo para não te encontrar.
Mas tinha de vir a esta aula. A frieza com que a professora me trata e os vocábulos que ela utiliza prepositadamente carregados de uma impessoalidade mesmo mesmo muito crua quando se dirige a mim, fazem de mim mais ou menos feliz. Enfim o meu lado masoquista sai do armário. Ela simplesmente tem a alma carregada de antipatia da mesma maneira que tu. Apetece-me perguntar-lhe se ela também é alemã. Ou britânica. Também porquê? Eu simplesmente desconfio que tu sejas alemão! Sou mesmo tola, acredito nas próprias mentiras que crio. Na verdade eu gostava que fosses alemão, pelo ar exótico que isso te conferiria caso fosse verdade.
Mas vou deixar-me de divagar, porque escrever sobre ti é uma espiral sem fundo. Porque as palavras que digo ou escrevo ou penso sobre ti são tudo o que tenho teu. Isso e os dois isqueiros e o maço de tabaco que com desprezo me deste.
Na verdade venho pelos olhos.
Aqueles olhos gélidos, que me congelam (ai, que figura de estilo horrível...!). Olhos críticos, impiedosos, sinceros, inteligentes. Que intimidam. Quase que magoam. Uma pessoa tem de ser de uma coragem impressionamente para se dirigir a eles directamente. Intimidam porque és lindo, mas principalmente porque são dessa cor fria, quase neutra. Não têm o mesmo aconchego que olhos castanhos, que apaziguam qualquer alma insegura. Não têm a mesma temperatura que olhos cor de amêndoa, que consolam e protegem. Mas ela tem precisamente o mesmo tom que tu tens, ou que pelo menos eu recordo-me (ou imagino, ou fantasio) teres. É uma soberba maldição. O tom de olhos mais lindo que se possa imaginar, carrega consigo indissociavelmente uma conotação de indiferença e superioridade igualmente protuberante. E vocês, os abençoados de olhos cruéis, usam-no a vosso favor. Sabem que esses olhos intimidam e não fazem nada para atenuar o vosso julgar. Será que a vossa personalidade advém de terem nascido e crescido com esses olhos que perpetuam a vossa imagem de superioridade a cada vez que se olha directamente para eles, ou será que os vossos olhos tornaram-se assim frios, com essa expressão anestesiante por causa da vossa personalidade? Um complementa o outro, ou são ambos causa-efeito? Qual é a causa e qual é o efeito? Neste caso, qual é o factor predominante na definição da vossa intrigante personalidade? São os olhos intimidantes que tornam a personalidade fria, ou a intimidante personalidade que dá um ar frio aos olhos?
Mas não.
Na verdade estou-me nas tintas. Nem é prepositadamente. Cheguei atrasada à aula não por uma greve de transportes, ou por ter acordado mais tarde, se bem que ambas realmente aconteceram. Cheguei atrasada meia hora porque antes de vir para a aula fui cuidadosamente procurar-te em todos os recantos da escola. Todos. E tu não estavas lá. Em nenhum. Em nenhum dos mesmos recantos onde te encontro precisamente quando o meu cabelo está a ter um dia péssimo e eu rezo para não te encontrar.
Mas tinha de vir a esta aula. A frieza com que a professora me trata e os vocábulos que ela utiliza prepositadamente carregados de uma impessoalidade mesmo mesmo muito crua quando se dirige a mim, fazem de mim mais ou menos feliz. Enfim o meu lado masoquista sai do armário. Ela simplesmente tem a alma carregada de antipatia da mesma maneira que tu. Apetece-me perguntar-lhe se ela também é alemã. Ou britânica. Também porquê? Eu simplesmente desconfio que tu sejas alemão! Sou mesmo tola, acredito nas próprias mentiras que crio. Na verdade eu gostava que fosses alemão, pelo ar exótico que isso te conferiria caso fosse verdade.
Mas vou deixar-me de divagar, porque escrever sobre ti é uma espiral sem fundo. Porque as palavras que digo ou escrevo ou penso sobre ti são tudo o que tenho teu. Isso e os dois isqueiros e o maço de tabaco que com desprezo me deste.
Na verdade venho pelos olhos.
Aqueles olhos gélidos, que me congelam (ai, que figura de estilo horrível...!). Olhos críticos, impiedosos, sinceros, inteligentes. Que intimidam. Quase que magoam. Uma pessoa tem de ser de uma coragem impressionamente para se dirigir a eles directamente. Intimidam porque és lindo, mas principalmente porque são dessa cor fria, quase neutra. Não têm o mesmo aconchego que olhos castanhos, que apaziguam qualquer alma insegura. Não têm a mesma temperatura que olhos cor de amêndoa, que consolam e protegem. Mas ela tem precisamente o mesmo tom que tu tens, ou que pelo menos eu recordo-me (ou imagino, ou fantasio) teres. É uma soberba maldição. O tom de olhos mais lindo que se possa imaginar, carrega consigo indissociavelmente uma conotação de indiferença e superioridade igualmente protuberante. E vocês, os abençoados de olhos cruéis, usam-no a vosso favor. Sabem que esses olhos intimidam e não fazem nada para atenuar o vosso julgar. Será que a vossa personalidade advém de terem nascido e crescido com esses olhos que perpetuam a vossa imagem de superioridade a cada vez que se olha directamente para eles, ou será que os vossos olhos tornaram-se assim frios, com essa expressão anestesiante por causa da vossa personalidade? Um complementa o outro, ou são ambos causa-efeito? Qual é a causa e qual é o efeito? Neste caso, qual é o factor predominante na definição da vossa intrigante personalidade? São os olhos intimidantes que tornam a personalidade fria, ou a intimidante personalidade que dá um ar frio aos olhos?
04 March 2007
I Capítulo
Uma vez um sábio disse-me: “Só conseguirás distinguir o verdadeiro amor de uma paixão quando conseguires dar uma queca sem pensares nessa pessoa no dia seguinte. Antes disso, todas as paixões que vierem vais confundi-las com amor”. E assim o fiz, mas primeiro dei uma queca com o Sábio.
Tinha 18 anos, e ainda só tinha feito sexo com um homem: o meu primeiro namorado. Dos 15 aos 18 fui monogâmica. Desde então nunca mais. O Primeiro também perdeu a virgindade comigo. Foi desastroso, ambos virgens, mas lindo. Porque na altura amava-o e sentia-me amada. Até que descobri que talvez não fosse amor, porque dizem o amor ser eterno, não é? Então, pelos visto não tinha
sido daquela vez que me saiu o jackpot amuculado de três semanas ou mais. Porque acabei por fartar-me, e apaixonei-me todos os dias por um homem diferente: um colega de turma, um melhor amigo, um amigo, um amigo de um amigo, um simples conhecido, um desconhecido numa discoteca, etc. Mas nunca as minhas traições tinham sido materializadas. Eram traições puramente virtuais, os cenários idílicos e o romance passava-se todo na minha cabeça, nas poucas vezes em que o sexo com o Primeiro era bom. Até um dia. O difícil foi trair a primeira vez. Traí uma, duas, três, quatro vezes. Depois disso perdi-lhes a conta. Fui perdoada uma, duas, três, quatro vezes. Depois disso tornei-me mestra na arte de trair e nunca mais fui apanhada. Cheguei ao ponto de só conseguir fazer sexo com o meu namorado quando fantasiava com outros homens, cheguei a sussurrar-lhe ao ouvido outros nomes que ele nunca ouviu porque eu abafava-os entre gemidos.
Apaixonei-me por todos eles e muitos mais, mas traí só com aqueles que não se importavam de ser o Outro. Apaixonei-me por todos eles e, na vaga esperança de serem o verdadeiro amor, e concomitantemente no medo que perder aquele que também acreditava ser amor, fui tentando com todos. Foi terapêutico. Tinha sido tudo o que o sábio me disse, se fosse uma questão só carnal, não pensaria neles durante muito tempo.
Por mais irónico que possa parecer, continuava a amar o Primeiro. Não podia viver sem ele, mas também não podia viver sem a emoção da traição, a adrenalina da mentira. A cada nova traição, não podia deixar de sentir o florescer de um novo sentimento que ainda não sabia bem o que seria, mas que valia o risco apenas para descobrir. A descoberta de novas sensações, novos cheiros, prazeres desconhecidos. Cada um deles tinha algo a ensinar-me. A atenção era tudo. Era a atenção que não sentia desde os primeiros tempos com o Primeiro, e as sensações que acreditava adormecidas ou que acreditava serem possíveis apenas uma vez, na primeira vez, revivia-as a cada traição. Nunca traí por sexo. Afinal, não era mais do que vítima de uma demanda incansável pelo Tal. Tinha começado essa demanda uns dias após o meu 19º aniversário, e não tencionava desistir até ter a certeza que o tinha encontrado.
Tinha 18 anos, e ainda só tinha feito sexo com um homem: o meu primeiro namorado. Dos 15 aos 18 fui monogâmica. Desde então nunca mais. O Primeiro também perdeu a virgindade comigo. Foi desastroso, ambos virgens, mas lindo. Porque na altura amava-o e sentia-me amada. Até que descobri que talvez não fosse amor, porque dizem o amor ser eterno, não é? Então, pelos visto não tinha

Apaixonei-me por todos eles e muitos mais, mas traí só com aqueles que não se importavam de ser o Outro. Apaixonei-me por todos eles e, na vaga esperança de serem o verdadeiro amor, e concomitantemente no medo que perder aquele que também acreditava ser amor, fui tentando com todos. Foi terapêutico. Tinha sido tudo o que o sábio me disse, se fosse uma questão só carnal, não pensaria neles durante muito tempo.
Por mais irónico que possa parecer, continuava a amar o Primeiro. Não podia viver sem ele, mas também não podia viver sem a emoção da traição, a adrenalina da mentira. A cada nova traição, não podia deixar de sentir o florescer de um novo sentimento que ainda não sabia bem o que seria, mas que valia o risco apenas para descobrir. A descoberta de novas sensações, novos cheiros, prazeres desconhecidos. Cada um deles tinha algo a ensinar-me. A atenção era tudo. Era a atenção que não sentia desde os primeiros tempos com o Primeiro, e as sensações que acreditava adormecidas ou que acreditava serem possíveis apenas uma vez, na primeira vez, revivia-as a cada traição. Nunca traí por sexo. Afinal, não era mais do que vítima de uma demanda incansável pelo Tal. Tinha começado essa demanda uns dias após o meu 19º aniversário, e não tencionava desistir até ter a certeza que o tinha encontrado.
16 cêntimos

São dezasseis cêntimos empregues, nos melhores cinco segundos do meu tempo. Por mim faria-o sempre antes de deitar, para ter material para fantasiar, algo ao qual agarrar-me quando cerro os olhos e me enrosco entre os lençóis, enquanto tento imaginar-te acessível.
Um desprezível, seco, cru, frio, imponente, impessoal, arrogante e presunçoso “estou?”, seguido de uma “chamada terminada” no visor.
Mas vale a pena, pagar dezasseis cêntimos de cada vez que preciso de ouvir a tua respiração.
03 March 2007
tentei.
"E se eu o raptasse e fugisse para uma ilha deserta, o drogasse e o obrigasse a casar comigo e depois não lhe desse o divórcio? Não era meu, mas ao menos não se casava com mais ninguém." 
E ao menos ele tinha-me dado alguma coisa que, essa sim, seria minha o resto da vida: o seu lindo, lindo sobrenome.

E ao menos ele tinha-me dado alguma coisa que, essa sim, seria minha o resto da vida: o seu lindo, lindo sobrenome.
01 March 2007
Merda. Agora vou lembrar-me de todos os dias 1 para o resto da minha vida.
Já começei este documento de word pelo menos três outras vezes. Queria escrever algo bonito sobre ti. Tenho medo que a memória da noite de ontem se desvaneça, e tal como todas as minhas obcessões anteriores tu também sejas esquecido. E não o quero. A ti não quero esquecer-te. Deves ter sido a coisa mais bonita com quem eu tive a sorte de estar, simplesmente estar, e estraguei tudo. Mas não é pelo facto de eu nunca mais voltar a ver-te que vou deslembrar-me de ti. Da noite. De tudo. (Deve ser interessante para ti, verificares como manifestas tão obviamente uma incoerência de opinião, de valores, de sentimentos, de tudo, em mim, não?)
Já começei esta frase demasiadas vezes.
Podia começar pelo óbvio, os teus olhos. Mas isso de certeza que nunca vou esquecer. Ninguém os esquece. Que cliché, eu sei. Por isso é que não vou começar pelos olhos, vou começar pelas mãos. Macias e delicadas. Bem-educadas. Não sei se mãos podem ser bem-educadas mas as tuas são. São mãos nobres. Não são fortes, são até demasiado delicadas para um homem. E são de um tom pálido imaculado. São perfeitas. Lindas, grandes.
(É tudo o que consigo escrever sobre ti agora, ainda estou sobrecarregada de informação da noite anterior, ainda é cedo demais para distanciar-me emocionalmente e escrever sem atropelar-me em pirosices e conseguir com que as palavras façam qualquer sentido. Porque tentar descrever a tua beleza seria demasiada ousadia.)
2007/02/02
Já começei esta frase demasiadas vezes.
Podia começar pelo óbvio, os teus olhos. Mas isso de certeza que nunca vou esquecer. Ninguém os esquece. Que cliché, eu sei. Por isso é que não vou começar pelos olhos, vou começar pelas mãos. Macias e delicadas. Bem-educadas. Não sei se mãos podem ser bem-educadas mas as tuas são. São mãos nobres. Não são fortes, são até demasiado delicadas para um homem. E são de um tom pálido imaculado. São perfeitas. Lindas, grandes.
(É tudo o que consigo escrever sobre ti agora, ainda estou sobrecarregada de informação da noite anterior, ainda é cedo demais para distanciar-me emocionalmente e escrever sem atropelar-me em pirosices e conseguir com que as palavras façam qualquer sentido. Porque tentar descrever a tua beleza seria demasiada ousadia.)
2007/02/02
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