Não perguntes.
Parte do princípio que eu estou óptima.
Faz assim, desculpa se te macei este tempo todo com os meus frívolos problemas, e ignora-os.
Tu, mais próximo que todos, passa por cima daquele ritual estúpido e meramente social que todos repetem uns para os outros diariamente, sem sequer esperar outra resposta que não a habitual. O inútil ritual de perguntar "está tudo bem?". Faz isso, atropela-o, excomunga-o. Porque estás demasiado próximo para o fazer.
É frustrante, estar na rua e encontrar um quase desconhecido que executa o ritual comigo e eu, cheia de vontade de responder "não, não está nada bem", não o faço. Porque seria de esperar que tu, quem eu tanto amo e respeito, o fizesses, da próxima vez que me visses. Mas não, continuas a partir do princípio que eu tenho de estar sempre óptima e que não estar a 100% todos os dias é um crime. Isso, parte do princípio que estou óptima. E não só não perguntes, reforça a minha angústia relembrando-me de como sou quando estou bem. Logo tu, de todas as pessoas, que me conheces tão bem... Não perguntes. Parte do princípio que existem problemas "gastos" ou que eu irei ter contigo sempre que precisar. Desculpa se os meus problemas não se renovam.
Desculpa.
14 May 2007
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