21 May 2007

Vai-te foder! Mas não morras, porque assim é que nunca te esquecerei.

Basta.
Já chega de tentar amar outros homens logicamente melhores que tu.
De hoje em diante, serei devota a ti e a ti só. E serei um mártir sofredor, e fecharei o meu coração a sete chaves. E toda a minha existência se baseará nisso.
Já chega de tentar substituir-te. Não és substituível sequer.
Impossível, digam-me o que me disserem. Nunca amarei ninguém como te amo a ti. E não tentarei negá-lo nunca mais (pelo menos a mim própria). Não adianta só acreditar que não te amo, ou que algum dia poderei deixar, porque amo. Porque sim.
Vou ser devota a ti e terei o coração envolto na muralha da China. Impedirei qualquer sentimento futuro porque és o homem mais nobre a amar.
Amo-te meu filho de uma puta desnaturada.
Odeio-te.
Odeio-te porque só te posso amar. A ti. E não tenho escolha.
Merda. O filho da puta do amor é assim, não nos deixa hipótese. É um sentimento demasiado nobre para poder aceitar em si conceitos como o de esquecer alguém, ou de “ultrapassar” alguém.
Amo-te meu filho da puta.
Amo-te, e esta prosa poética é uma merda e a culpa é tua.

Conheço homens lógica e tecnicamente mais interessantes que tu, outros mais giros, outros mais misteriosos, outros mais ricos, outros mais disponíveis sentimentalmente, todos que me adoram e veneram como a puta de uma rainha. Veneram-me como eu não mereço ser venerada. E não consigo. Eles já viajaram o mundo, e são mais velhos que tu, mais sabidos que tu, não obstante mais interessantes, porém. És uma merda porque carregas em ti a sabedoria de mil nações, duas mil gerações, seis mil povos. E isso tudo é-te inato. Ou dado adquirido. (Ou se calhar ambos, porque as duas merdas que disse antes são sinónimas.) Percorreste o mundo com a tua mente, e sabes mais que os persas, os romanos, e os gregos juntos. És um génio, que tem em si por descobrir (pareces não o demonstrar, mas por alguma razão que é tipicamente obscura, nos recônditos da tua mente em espiral infinita sabes que tens) mais teorias fundamentalistas que o Sócrates, e o Marx, e o Pitágoras, e o Einstein, e os Illuminati todos. És um filósofo que eu amo, e esta prosa poética de merda é culpa tua.

Filho de uma puta maldita. Amaldiçoaste-me para o resto da vida. Não é fatalismo, simplesmente nunca serei a mesma.

(Dá-me esse amor que eu tanto anseio, para eu poder esquecer-te. Por favor.)

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