02 February 2007

O Que é Que Eu Vou Fazer Com Todo Este Meu Talento Para Alienar Homens Decentes? (II parte)

Não. Não és digno das minhas palavras. Não és digno do meu tempo. Não és sequer digno da constante sobreavaliação que faço aos homens.
Ou talvez sejas. Excluindo o facto de eu ter ficado completamente apanhada por ti, acho que, só por ti, mereces uma análise, porque és indismistificável. Nem sequer és possível de análise! Estou aqui às voltas a tentar analizar-te. O que aconteceu? Afinal, gostaste de mim? Gostaste sequer da noite? Se gostavas ou foste com a intenção de gostar talvez tu é que tenhas ficado desiludido,não? Imaginavas-me com classe, não? Mas como é que contigo eu perdi a classe? Correu tudo bem, tudo óptimo, até à hora de jantar. Estavamos a divertir-nos, o que é que se passou? Como é que tu jogas o meu jogo tão descaradamente e deixas-me a mim sem jogo? Como é que tu fazes o papel de inacessível melhor que eu?
Não consigo redigir um parágrafo completo que faça sentido, ou que pelos menos não tenha uma interrogação. Como é que tu podes atrofiar-me a tal ponto que não sei escrever? Tenho de voltar à primária? “Am I 13 again?”. Não consigo exprimir-me, eu sou a mulher das palavras por amor de Deus! Como é que isto é possível?? Como?!
Só queria saber o que é que significas. E não vou interrogar-me mais porquê que não gostaste de mim, afinal sou uma adulta e saberei lidar com a rejeição. Só queria entrevistar-te. Sim, fazer um longo questinário à tua personalidade. Sentar-me num café contigo e falar, simplesmente falar. Sim, porque digamos que não és nenhum génio em inteligência emocional, portanto, se não fosse uma extensiva entrevista, eu nunca te entenderei (se é que me sará dada a oportunidade de te entender). É que eu já conheci muitos homens, e na minha ingenuidade dos 19 anos pensei que tivesse vivido o suficiente para te enquadrar num tipo. Pensei que conhecesse todos os tipos, à partida. Mas esta noite, em simples palavras e simples olhares, derramaste o meu mundo por terra. Desfizeste-o. Eu tinha teses fundamentadas, pilares completamente sólidos, e num sopro tu mandaste-os todos por terra. Todos. Afinal, que tipo de homem és? E é por isso que és tão intrigante para mim. Podes ser um bananas, um cromo, mas passaste bem por um homem interessante e inteligente. E isso, só por si, me intriga. Nem és tu. É a tua perspicácia em conseguir arrasar-me. Desfazer em mil pedaços toda a minha confiança. E intriga-me, sinceramente, qualquer pessoa que possa estupidificar-me dessa maneira. Gostaria de saber, se eu deixasse, até que ponto me estupidificarias.




"How long can a girl be shackled to you?
How long before my dignity is reclaimed?
How long can a girl stay haunted by you?
(...)
How long can a girl be tortured by you?
How long before my dignity is reclaimed?
And how long can a girl be haunted by you?"


Alanis Morissette, "Flinch"

1 comment:

Inês said...

Porque o ser humano apesar de tudo continua a ser misterioso..
Porque apesar da liberdade de expressao, nunca expressamos tudo o que sentimos...
Porque nada é previsivel e isso sim é que nos alimenta a vida..
Porque a vida é efémera e tentamos sempre aproveita la ao maximo correndo o risco de apressarmos as coisas...

Beijinho desta amiga que te adora*