É impossível crescer-se num dia só. Mas eu cresci. E arrogantemente atrevo-me a considerar-me melhor que tu que estás a ler. Mas só nesse sentido.
Cresci anos num só dia. Num único dia. Em 24 horas de meditação, introspecção, descoberta. Nem sei se há vocábulo que descreva este pequeno grande retiro que fiz num cantinho de pensamento. Nem custou nada. Nem doeu. Anos e anos a pensar que a ignorância seria uma bêncão. E a dar voltas na questão existencialista. Anos e anos de dúvidas, séculos anteriores a mim de fisólofos e filosofias. De Messias e doutrinas.
Nem doeu.
Nem envolveu dogmas.
Não doeu. Afinal a sabedoria não dói.
E para tudo isto, bastou-me descobir uma pessoa. Uma só pessoa. E não é um Deus, nem um dito Messias. Não é sequer uma entidade. É simplesmente uma pessoa. Como tu. Como eu.
Descobrir sim, porque esta pessoa é um tesouro. Descobrir sim, porque conhecê-la verdadeiramente jamais. É impossível. E mesmo assim é só uma pessoa. Como tu. Como eu.
Bastou-me tirar um tempinho. E ler umas palavrinhas num blogue. E lê-las como se de uma doutrina se tratasse. Mas uma doutrina simples e linda. Pura e sensata. Concreta e concisa. Bela por não se preocupar em ser bela. Pura. Quase poética. Quase heróica.
Que ousadia, dizer que te amarei para sempre. Mas não a ti. Àquilo que representas. Amar-te-ei para sempre, até ao final dos meus dias, e não te assustes porque será simplesmente em agradecimento daquilo que me fizeste ver. Do peso que me retiraste das costas. Do alívio, da liberdade que me concedeste.
Anos e anos a querer falar, a querer dizê-las. Sem sucesso. E num ápice abalaste o meu mundo. Tremi. Porque conseguiste pôr em lindas palavras tudo aquilo que eu sempre quis dizer. E se o mundo não existisse? E se a raça humana se extinguisse? Estamos só a adiar o inevitável, não é? Afinal, qualquer dia esta merda vai toda c’um caralho porque nós tivemos de inventar o aquecimento global. E é aqui que faço minhas as tuas palavras: não tenham filhos.
“Se amas e sabes porquê então não amas”.
22 February 2007
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