O que me dói não é a rejeição.
É pensar que estive naqueles momentos todos sozinha. A sentir todas aquelas emoções completamente solitária, contigo ao meu lado mas apenas comigo própria.
Senti tudo sozinha, tu a dizeres-me que me adoravas, a terminares as minhas frases, a leres o meu pensamento, mas estava lá sozinha. Tu não estavas no carro comigo, não me fizeste sorrir e não me tocaste. Foi só a minha imaginação. Nada daquilo existiu, pelo menos para ti nunca existiu.
A perspectiva é uma merda.
Aquelas mensagens que não me mandaste, aqueles telefonemas que não foi contigo que falei.
“Vocês acham que era a altura certa?
Eu não acho que era a altura certa, não
Vocês acham que era a altura certa?
Eu não acho que era altura
Eles dizem que passa com a idade
Mas a idade passa e ainda nada, nada
E o tempo não suaviza
Ela diz que sou de gelo
Mas a verdade é que ainda sinto
Todas as queimaduras na pele
E nenhuma cicatriza
Desculpa, esgotei as forças a gerir o meu tempo
Para ainda ir jogar ao “não me dás atenção suficiente”
Queres dar um tempo?
Eu dou-te um tempo
Um minuto para arrumares as tuas coisas
E me desapareceres da frente
Estás contente?
Isso é óptimo
Só me ajudas a definir a relação do peso o amor-ódio
Que se fodam prioridades
Se a vida são dois dias
Eu vou dedicar um dia aos beats e outro dia às letras
Para poder escrever a melhor música de sempre
Sobre como desperdicei a vida
A tentar ser diferente
Sobre os entes queridos e sobre como o esqueci
Para ser uma pedra de gelo
E mesmo assim não consegui sê-lo
Gelo, invejo o gelo
O processo é lento mas pouco a pouco consigo ser como ele
Sinto os membros dormentes
Simultaneamente é doloroso e frio
E o tremer faz-me bater os dentes
Tenho frio no coração,
Um arrepio no peito por dentro
Mas eu aguento
Fico indiferente e transparente
Frio como o gelo, petrificado
Consegui alcançá-lo
Em silêncio vou derreter-me em álcool
Bate-me, sem hesitar
Por eu ser frágil
Essa dor só vai tornar
Tudo mais fácil
Afasta-me
Sem pensar se isso me afecta
A distância só vai mostrar
Que não era a altura certa
Eu sei, eu sei que sou estúpido
Ainda assim aqui estou eu de novo à tua porta
De coração partido e tudo
Situações extremas exigem medidas desesperadas
Olha para mim a espalhar pétalas de rosa pela casa
Casa comigo só um minuto
Mas por favor esquece e abandona-me
Antes de eu voltar a estragar tudo
Por eu vou,
É inevitável
Sou imperador da solidão no meu palácio de gelo,
Inabalável
Caminho sozinho, cumprimento desconhecidos
Como um mendigo
Durmo em jornais à porta de casinos
Tipo, só para estar integrado numa comunidade
Nem que seja comunidade à parte da sociedade
É tranquilo, admito
Não passa de promoção barata
O meu defeito é a minha qualidade
Não sinto nada
E fugir era a ultima escapatória
Até conseguir escrever um final diferente para esta história”
22 June 2008
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