Dizes que nunca me deixarás cair de esperanças tão altas.
Mas 'nunca' é uma promessa e não podes dar-te ao luxo de mentir.
Não comigo.
Mesmo que não mintas.
Porque fico farta, desgastada, cansada de viver os momentos sozinha para depois me perguntar: "Eu era a única ali? Estava completamente sozinha?"
Sim, as promessas não são só o que dizes. São também o que vem subentendido com elas, e desculpa ser exigente a esse ponto. Mas não. Comigo não podes mentir, porque eu sou capaz de acreditar.
Por isso é que muitas vezes sou fria, para não me dar ao luxo de mentir ainda que o faça despropositadamente.
Sim, sou emotiva e espontânea, mas essa emotividade nunca passa de dentro de mim; não transparece, é translúcida. Sou bastante cuidadosa com o que transmito aos outros, e sou inteligente o suficiente para saber que a comunicação não é, nem de longe, só verbal.
Isso é lindo de ser ouvido, mas pouco viável. Porque fizeste-o de leve ânimo, no entanto essa é uma promessa.
Não mentes, é verdade. Mas o tom da coisa, a magicalidade (lá estou eu com os neologismos!) da comunicação virtual e dos sentimentos platónicos que nos envolvem, transformam-no em promessa.
E eu agarro-me a elas, sou uma mulher de palavra, nem que seja de palavras subentendidas, e espero sempre que o sejam comigo. Exijo demais, eu sei. Por isso é que sofro tanto. Este mundo inteiro é subestimável, e eu raramente o faço. Sou idiota.
Não sei se é ingenuidade ou simplesmente romance, mas gosto. Também eu gosto do que conheço, arriscando-me a cair na promessa.
Há coisas em ti lindas. Tornam-te muito mais do que um estereótipo publicitário de beleza. Quero agora coleccionar pessoas assim, mesmo que isto não passe do platónico, quero um amigo para sempre.
Dei-me ao luxo de não saber o que sentir, uma vez mais. De ter medo e de fugir, em prol da minha saúde sentimental.
30 June 2008
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