Toda a minha vida desejei por certo tipo de coisas, e empreguei tanta energia em conquistá-las mas ainda assim me parece que sempre as tive.
É da condição humana desejar, e desejar o que lhe parece impossível ter assim como é da condição humana errar. Mas parece que a minha vida está sempre a dois passos de mim.
Dois passos atrás.
Parece que alcanço as coisas quando já as deixei de desejar.
Mas este discurso parece-me um pouco ingrato, porque se sou impaciente demais para esperar por um desejo, um modo de vida, um estereótipo de homem, parece-me que não sou digna de sequer o alcançar.
Toda a minha vida ansiei um homem de capa de revista, mas já o tive e percebi que o que quero é um homem de contracapa.
Toda a minha vida ansiei um homem de spot publicitário de surf. Mas agora o homem bonitinho revela-se apenas isso.
Desde cedo que achei injusto a idade para conduzir em Portugal ser 18 quando nos Estados Unidos é de 16, para poder ter carro e ser livre. Agora apetece-me deixar o carro estacionado aguardando pelo meu retorno de uma viagem pela Europa em transportes públicos.
Sempre quis Brasil, hoje quero Londres, Viena, Amesterdão, Frankfurt.
O amor nos olhos dos outros parece mais especial.
26 May 2008
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