03 September 2007

shame on ME!

Nem sequer posso chorar por estar num local público. Que frustração. E agora? Como transcrever este sentimento se nem sequer objectividade politicamente neutral tenho?

A neutralidade é coisa que não existe. Que se lixe.

Estou cansada.

Só quero tentar perceber como é que agora canalizo este sentimento tão devastador, que me terrifica e me mata.

Vou foder, vou estragar-me e foder com todos os homens que me aparecerem à frente, sem distinção de idades, amizades, nada. Não quero saber se forem pais de amigas minhas, vizinhos mais velhos, os namorados da minha mãe. Vou foder com todos. Sim, porque até hoje fui sempre eu a enganada. E porquê?? Porquê é o que eu quero perceber. Visto que o amor é algo que não existe, só pode ter sido por sexo. Só pode. Nestes casos o amor não é plausível. Não pode ser, NÃO QUERO QUE SEJA, bolas! Merda, raios. Foda-se!


Tenho de admitir, não obstante a minha fúria que poderia cegar-me, ainda sou razoavelmente racional.
Sim, admitindo ela é linda. E magra. Tem aquela cara angelical e infantil, em longos cabelos ondulados virgens, e usa sempre mini saias. Parece uma colegial. Um bronzeado castanho naquelas formas pequeninas: mãos pequenas e subtis, dedos longos, barriga lisa, ancas estreitas, seio pequeno.

Ela é linda. Só lhe falta a personalidade.

Ainda bem que estou a não sei quantos kilómetros de distância, estou capaz de matar um dos dois.


Digam-me, como posso eu depois de isto voltar a confiar em algum outro homem ou, neste caso, mulher?
Duas vezes penso eu consecutivas. Como pode acontecer?


Sinto-me mal. Fisicamente mal.
A cabeça anda numa roda e o estômago num frenesim.
Acho que vou vomitar.
Não sei se é do cigarro que fumei em quatro bafos, se a estalada virtual da notícia, se o calor, se a raiva, se o pessimismo, se o ódio.
E pensar que o ano passado saíamos juntas, falávamos de homens, eu até cheguei a comprar-lhe um presente. Será que quando ela me convidou para o seu aniversário eles já estavam juntos? E pensar que considerei ir.


Enfim...nem quero pensar.
NÃO quero pensar.
Não quero pensar.


"O fazer é inimigo do pensar", para o mal ou para o bem.
E é o que vou fazer. Vou fazer para não pensar.

Vou fazer, fazer, fazer.
Até as pernas doerem, até os ossos cederem, até o cérebro explodir.

Este sentimento só pode ser investido em algo positivo, é uma fonte de energia demasiado grande, instável, perigosa e destrutiva para ser desperdiçada em auto-comiseração.

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