25 January 2007

blá blá blá

Estou farta desta vida. Da escola. Dos centros comerciais. Das discotecas. Das mesmas pessoas. Da Margem Sul. De tudo. Da minha casa. Desta vida rotineira. De ter 19 anos e sentir-me impotente em relação a tudo e, no entanto, de já ter uma data de responsabilidades. De ter de ouvir as pessoas por simpatia, obrigação. De construir e destruir relações só porque não me quero sentir sozinha.
Quando era mais nova não era assim que me imaginava aos 19. Imaginava-me cosmopolita, a viver na grande cidade, sozinha. Que sonhos! Imaginava-me vivida, viajada. Tenho 19 anos e sinto que não fiz nada. É sempre a mesma conversa, até disto estou farta.
Ainda me lembro de quando sabia com todas as certezas do mundo que os meus pais iriam voltar a casar-se. Divorciaram-se quando eu tinha 10 anos, e até aos 16 acreditei veemente que era uma fase passageira. Que o meu pai ia mudar, e ia voltar a ser romântico como eu imaginava que ele fosse quando os meus pais namoravam. Devia ser, sei lá. Imaginava-o a pedir desculpas à minha mãe com um emorme ramo de flores, e abraçar-me como nunca o fez, dizendo-me que tinha saudades de nós como família. E assim viveríamos felizes para sempre nesta casinha humilde, cheia de amor e carinho, com respeito e jantares com toda a gente à mesa. E claro, sem agressões domésticas. Para ver se, pelo menos, eu não cresceria para ser uma adulta marada dos carretos (Freud tinha mesmo razão... ). Bom, na verdade eu queria um homem totalmente novo, mas com o aspecto do meu pai. Mas nada. Isso nunca aconteceu, nem tanto a minha mãe voltou a casar-se, para eu poder ter um modelo de amor e compreensão em casa, e compreender melhor o que é afinal ter uma relação saudável. Tudo o que eu sei sobre relações são pontapés e socos, palavrões e ódio.
E agora quero marcar a diferença na minha vida e não sei como. Olho para o futuro em jeito de premonição e os meus sonhos desfazem-se na realidade económica do país. Já não há boas perspectivas de futuro para ninguém, nem para os nacionais com cunha. Faço o quê, vou à procura do sonho emigrante? O sonho emigrante é mito. Como é irónico, saber que vou ter de contentar-me com esta vidinha porque sou preguiçosa demais, porque o trabalho que pretendo ter não suporta todas as minhas ambições. Quero muito esforçando-me pouco? Quem não quer?
Entretando penso que vou colmatar isso com um carro, ou saindo de casa da minha mãe, ou um bom estágio. Afinal funciono exactamente como todos os outros, sou mesmo uma simplória. Qual espírito empreendedor e cosmopolita! Vou substituindo uns problemas por outros menores, projectos que sei que posso realizar, para me anestesiar do verdadeiro problema. Para esquecer que esta vidinha não promete muito mais. Penso que quando tiver um carro realizo todos os meus projectos, faço tudo aquilo que sempre quis fazer. Mas eu sei que não é assim, o que é preciso é força de vontade. E isso não sei se tenho. Só sei que sou a primeira a apontar o dedo àqueles que se contentaram trabalhando no supermercado local: “Verde-código-verde. Obrigada. Boa tarde”, dizem eles, três milhões de vezes por dia, e depois lá vão eles para as suas casinhas, no autocarro apinhado de gente suada, com o cheiro do frango assado que levam para o jantar, vêm as suas novelas da noite, e as notícias, e amanhã estão de volta, ao verde-código-verde.

gosto de ti e o pior é que sabes disso.

Vou fazer isto agora porque sei que se assim não for nunca mais o vou fazer. Talvez seja por ser natal, talvez seja porque nos últimos tempos cresci, talvez seja porque a tua atitude definiu bem a tua altitude. Decidiste tomar o caminho honroso, e fizeste bem, não foste mesquinho como eu, que aproveitou a primeira oportunidade para te tentar humilhar, quando afinal só me auto-humilhei. Peço-te desculpa, e não queria estar aqui com demoras e rodeios, mas infelizmente não sei fazê-lo de outra forma senão tomando um bocadinho do teu tempo, visto que tenho justificicações a dar. Obrigada por teres sido maduro, e por me teres ensinado uma preciosa licção. Eu julguei-te, é verdade. E odeio que os outros me julguem a mim precipitadamente. Desculpa. Foste um senhor, um cavalheiro, por teres ignorado a minha tentativa infantil e infeliz de te enviar aquele postal de desculpas, e teres feito de conta que afinal eu não fui estútipa e precipitada e que afinal nada daquela conversa idiota se tinha passado. Faço isto porque no passado tive a mesma atitude com pessoas que até poderiam ter significado muito para mim, mas que infelizmente nunca saberei. Certamente que isto não deve estar a ter as mesmas proporções para ti do que aquelas que tem para mim, e deves achar-me louca, mas eu não me importo se for uma louca honesta, apesar da mania de dramatizar e sobreavaliar tudo. Deixa-me dizer-te que foi uma horna conhecer-te, e quando disseste que não te conhecia tinhas razão, mas agora sei um pouco mais de ti, e deixa-me dizer-te que foi uma surpresa bastante agradável descobrir que afinal não és tão infantil como eu pensava (e ainda bem que estava errada!). Enfim, o que quero dizer-te com este mail é que gostaria que apagasses aquela imagem hedionda que tens de mim, gostaria de provar-te que posso ser uma pessoa razoável. Gostaria que continuasses a tratar-me por rainha (e acredita, isto não é “coro”, depois de tudo o que se passou, esta só seria mais uma tentativa de me auto-humilhar se assim fosse), que continuasses a fazer-me vénias e a deixar-me testemunhos no meu hi5. Desculpa por tudo, ainda bem que não te sentiste mal com tudo aquilo que eu pretendi insinuar, e acredita que o único erro que tu cometeste foi brincar com uma coisa que me tocou bastante e infelizmente não consegui manter aquela distância emocional necessária, sou uma rapariga sensível, que queres que te diga? Beijos

24 January 2007

Lista de Compras de Saldos de Inverno 06/07

Sabrinas cómodas (pull&bear)
All star curtos
T-shirts compridas estilo vintage
Casaco estilo militar veludo castanho (ZARA)
Calções de ganga
Casaco de fazenda grossa comprido (branco, preto, vermelho)
Vestido(s) padrão 60’s
Colete preto tipo smoking
Calças fazenda (stradivarius)
Camiseiro cetim (?)
Camisola-vestido
Relógio
Pendente retro
Casaco tweed
Ténis dourados (?)
Ténis de fazenda
Casaco estilo vitoriano ou de linhas simples estilo bolero
Leggins pretas
Sapatos de salto alto de verniz estilo marilin monroe (pinkie) ou de padrão xadrez de ponta redonda (stradivarius) (?)
Skinny jeans
Óculos de sol Ray Ban ou Von Ziper
Outros óculos de sol baratos (H&M, Bershka...)
Cinto em pele castanho
Mala billabong